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Mentores fazem a diferença na Católica

Um programa inovador da Universidade Católica está a envolver um grupo de figuras de grande destaque da sociedade económica portuguesa. Os 80 notáveis tornaram-se mentores de um afortunado grupo de jovens talentos
10.07.2008


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Marisa Antunes
São líderes natos, muito bem sucedidos e que alcançaram o topo nas organizações onde trabalham. Gente que faz a diferença na vida das pessoas que os rodeiam e que se tornaram verdadeiros modelos a seguir, ganhando assim o estatuto de mentores. Pessoas como a presidente do Banco Alimentar contra a Fome, Isabel Jonet, o CEO do Abbey Bank, António Horta Osório ou Luís Palha, presidente da comissão executiva do grupo Jerónimo Martins. Em comum, além do clássico perfil dos vencedores, todos eles têm também a licenciatura em Economia ou Gestão da Universidade Católica e fazem parte do programa «Mentoring» desta instituição.

Para potenciar este significativo capital humano, a Católica, através da Faculdade de Ciências Económicas e Empresariais (FCEE), resolveu criar este programa, pondo em contacto dezenas de antigos alunos com provas já mais do que consolidadas com as novas gerações de profissionais que se preparam para, a curto prazo, entrar no mercado de trabalho.

“O programa arrancou este ano lectivo e contou nesta primeira edição com cerca de 80 mentores. A Católica, com os seus 30 anos de existência, tem já uma rede de alunos muito extensa, muitos deles com grande destaque, que ainda mantêm uma relação afectiva com a faculdade e que poderiam, por isso, continuar a ser um activo para a faculdade”, explica Ana Canhoto, directora das licenciaturas na FCEE.

Desafiados para a missão de acompanhar estes jovens, também eles bem sucedidos academicamente (os alunos que participam no «mentoring» devem ter média superior a 16 valores), os mentores comprometem-se por três anos a aconselhar e a acompanhar estes potenciais talentos.

É o caso do presidente do grupo Jerónimo Martins que não hesitou quando recebeu o convite da sua antiga faculdade. “Aceitei imediatamente pois há muitos anos que mantenho uma ligação grande com a Católica”, resume o administrador do universo Jerónimo Martins, do curso de Gestão/1976, que durante sete anos foi assistente da FCEE.

Luís Palha comprometeu-se assim a ser mentor de Rita Albuquerque Silva, uma aluna também do curso de Gestão, com um percurso irrepreensível desde o Secundário que terminou com uma média de 17, tendo a sua nota de acesso de Matemática alcançado os 19 valores.

“Sendo o primeiro ano do curso muito teórico, é muito bom para os alunos conseguirem este acompanhamento por parte de pessoas tão conceituadas em diversas áreas que nos dão a oportunidade de perceber o que poderemos fazer no futuro”, sublinha Rita Albuquerque, que faz parte de um grupo de 80 alunos, de notas mais elevadas, entre um universo de cerca de 250.

É precisamente este pequeno grande empurrão que a professora Ana Canhoto salienta também, entre as vantagens deste programa pioneiro no meio académico português: “Com o processo de Bolonha e a redução dos cursos para três anos, a passagem dos alunos pela faculdade é muito rápida. Através do «mentoring», da interacção dos nossos actuais alunos com os antigos alunos, é possível assim reforçar a sua formação teórica”.

Os mentores vêm de áreas diversas da banca à distribuição, todos enquadrados no perfil de líder, mas que os obriga, no entanto, a cumprir a condição-base, de possuir pelo menos cinco anos de experiência profissional. Os mentores comprometem-se ainda a reunir com o seu ‘protegido' no mínimo duas vezes por ano. “Mas não existem limites para os contactos seja por mail, telefone ou presencialmente. Depende muito da disponibilidade e da personalidade do mentor”, aponta Ana Canhoto.

Rita Albuquerque já se encontrou duas vezes com Luís Palha e agora, imagina-se até a trabalhar no sector da distribuição quando há bem pouco tempo, era apenas a área financeira a única que ponderava no seu futuro.

É nestas incertezas e no alargar de horizontes que o mentor Luís Palha quer fazer a diferença. “Tenho filhos da mesma idade e sei bem o que é uma certa angústia que vai passando por estes jovens ao longo dos cursos e que os leva a reflectir se acertaram na sua vocação e se vão enquadrar no mundo do trabalho. Tenho muito gosto em poder ajudar e estou sempre disponível para ser contactado”, sublinha o administrador do grupo que gere o universo Pingo Doce e Feira Nova.

Ainda a dar os primeiros passos em Portugal, os programas de «mentoring» nas universidades são já muito comuns em países como o Canadá ou os Estados Unidos. Os benefícios da partilha de experiências através deste tipo de programas cria oportunidades para o desenvolvimento de capacidades específicas entre os alunos e reforça-lhes o elo de ligação com o mundo profissional.

Ao permitir uma orientação mais racional e equilibrada junto dos futuros profissionais, que mais cedo descobrem qual a sua real vocação, o programa de «mentoring» acaba por garantir trabalhadores mais satisfeitos, proactivos e produtivos.





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