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MBA aumentam 70% em 2002

24.04.2003


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Ruben Eiras

AS CANDIDATURAS a MBA aumentaram cerca de 70% a nível mundial durante o ano de 2002. A tendência deve-se à cada vez maior banalização da licenciatura e à crise económica.





Segundo o MBA Recruitment Survey 2002, realizado pela topmba.com - a empresa organizadora do World MBA Tour, que recentemente passou por Lisboa -, as pessoas que não possuem este nível estão a sentir-se mais vulneráveis no mercado de emprego.

"Devido ao arrefecimento da economia, uma grande maioria da força de trabalho considera esta altura como a ideal para sair do mercado e estudar, para reentrar na linha da frente quando o recrutamento enveredar por uma rota ascendente",
refere Nunzio Quacquarelli, um dos autores da pesquisa.

Mas a incerteza sobre quando será esse momento de inflexão do mercado. Embora cerca de 30% das empresas abrangidas pela pesquisa mencionem que aumentaram as contratações no final de 2003, a instabilidade do mercado bolsista, agravado pela crise da guerra do Iraque, fazem prever que a retoma só se verifique nos primeiros meses de 2004.

Entretanto, o MBA está a tornar-se numa qualificação básica para a entrada em algumas funções de gestão. De acordo com Monisha Saldanha, outra das autoras do estudo, "sem um curso destes, é praticamente impossível chegar a analista de um banco de investimento de topo ou a consultor sénior numa consultora de renome".

As PME também estão a recrutar grandes quantidades de MBA. Adrian Barrett, consultor da Global Workplace, um sítio de emprego que congrega muitas das escolas de negócio das mais prestigiadas do mundo, observa que uma grande parte da fatia da procura provém de PME que estão a aproveitar a crise para recrutar "bons talentos desaproveitados pelos recrutadores tradicionais" com pacotes remuneratórios muito mais baixos, mas "razoáveis para reter este tipo de mão-de-obra".

Empreendedorismo em força na Europa

Outra nova tendência é o nível crescente de empreendedorismo que floresce neste tipo de formandos. Segundo a pesquisa, pela primeira vez, algumas escolas reportam que mais de 10% das turmas decidiram criar o seu próprio negócio. Este comportamento deve-se, segundo Monisha Saldanha, à instabilidade do mercado de trabalho, "que reduz o custo de oportunidade de começar um negócio, até para os MBA que são adversos ao risco".

Uma vaga que está a ser liderada pelas escolas europeias. O MBA Recruitment Survey 2002 relata que 19% dos alunos de MBA de Cambridge criaram a sua própria empresa, 10% na Manchester Business School e 7% no espanhol Instituto de Empresa.

A experiência profissional continua a ser um activo valorizado pelos recrutadores. Os candidatos que possuam entre quatro a oito anos de currículo estão melhor posicionados para conquistarem as posições mais valiosas do mercado.






 





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