Ruben Eiras
        
        Um estudo do Hay Group revela que as gestoras mais 'femininas' 
        possuem carreiras de sucesso
      
      
    
    
      
      
    
  
  
  
  
     
       
        
          AS MULHERES executivas bem sucedidas são as que combinam os estilos 
          de liderança feminino e masculino, defende um novo estudo do 
          Hay Group, uma consultora de recursos humanos e do McLelland Center, 
          um centro de investigação de liderança baseado 
          em Boston, nos EUA. 
          
          A pesquisa teve como uma comparação do perfil de liderança 
          de 45 gestoras de topo com 44 executivos bem sucedidos e 34 mulheres 
          menos bem sucedidas pertencentes às 500 maiores empresas da revista 
          "Fortune".
          
          Cada grupo foi examinado segundo o estilo de liderança exibido. 
          O grau de sucesso como líderes foi determinado através 
          de nomeações atribuídas pelas suas organizações 
          e medidas de desempenho como vendas, rentabilidade e cumprimentos de 
          objectivos de negócio. 
          
          No estudo também foi utilizado um inquérito ao clima organizacional, 
          o qual mede seis factores de desempenho de equipa criados pelo líder: 
          flexibilidade, responsabilidade, normas, recompensas, clareza e compromisso 
          da equipa. 
          
          De acordo com Mary Fontaine, uma das investigadoras, a mentalidade empresarial 
          tradicional advoga que as mulheres que ambicionam alcançar um 
          cargo de topo só têm um caminho: "Agir como um 
          homem". 
          
          E a própria especialista reconhece que em muitas organizações 
          a esfera da gestão dos negócios ainda é vista como 
          sendo um "clube de homens, onde se deve jogar pelas suas regras".
          
          Todavia, a investigação do Hay Group indica que as mulheres 
          mais bem sucedidas na carreira executiva são as que possuem um 
          estilo de liderança "misto", que combina o masculino 
          e o feminino. Ou seja, sabem quando devem ser autoritárias, directivas 
          e liderar pelo exemplo, "um estilo masculino", observa 
          Mary Fontaine. 
          
          Mas também sabem quando devem liderar de uma forma mais inclusiva, 
          compreensiva e empática, "características claramente 
          femininas", contrapõe a investigadora. 
          
          E devido a este "mix" de estilos, Mary Fontaine argumenta 
          que conseguem criar climas de trabalho orientados para o desempenho 
          mais eficazes do que os seus colegas masculinos. 
          
          Com efeito, o estudo mostra que, em comparação com os 
          homens executivos de sucesso, as gestoras de topo bem sucedidas tinham 
          o dobro da probabilidade de utilização de estilo de liderança 
          femininos. 
          
          Em contraste, as executivas que se baseavam somente num estilo de liderança 
          masculino criaram o pior clima de trabalho dos três grupos estudados. 
          
          
          Liderar com vários estilos
          
          Mary Fontaine advoga que, face aos resultados da investigação, 
          os homens gestores deveriam incluir mais estilos de liderança 
          femininos no seu repertório de competências. 
          
          "Mas não importa qual o sexo, os melhores líderes 
          são aqueles que conseguem utilizar uma maior variedade de estilos 
          e comportamentos que motivem as pessoas e melhore o desempenho. Isto 
          é, não utilizam somente o estilo de liderança com 
          o qual estão mais confortáveis, mas sim o mais adequado 
          para a situação e a pessoa em causa", conclui 
          a investigadora.