Cátia Mateus
PORTUGAL continua longe dos países líderes europeus em matéria de inovação. De acordo com o «Ranking Europeu da Inovação», agora divulgado pela Comissão Europeia, o nosso país ocupa o 18.º lugar entre os 25 Estados-membros da União Europeia. O desempenho português nas actividades ligadas ao desenvolvimento tecnológico e à componente inovação é baixo e pode, segundo David White, director de Inovação da Direcção-Geral da Indústria, «vir a dar problemas a longo prazo, se não houver qualquer alteração da realidade actual». Apesar desta previsão, o relatório coloca Portugal no quadro dos países em recuperação no domínio da inovação.
No estudo, que analisa comparativamente o desempenho dos 25 Estados-membros ao nível da inovação, conclui-se que Portugal está ao mesmo nível dos últimos países da adesão como a Lituânia, Letónia, Chipre e Malta. David White alerta, no entanto, para o facto de Portugal e Espanha terem um desempenho preocupante ao qual convém dedicar atenção. Isto porque, refere, «um desempenho económico sustentável só será possível com um desempenho significativo na inovação».
O relatório concluí que, «em geral, o desempenho da inovação em Portugal está abaixo da média». A pior «performance», em 26 indicadores analisados, é ao nível da educação, muito embora a tendência seja para uma evolução positiva.
O país revela níveis baixos de graduados em ciência e engenharia, na educação da população, na penetração da banda larga, na participação dos portugueses em acções de aprendizagem ao longo da vida e na conclusão dos estudos secundários entre os jovens.
Para a elaboração deste «ranking» foram considerados 26 indicadores, entre os quais: a percentagem de universitários do país; o investimento na ciência; os gastos em tecnologias de informação e o número de patentes registadas.
Apesar do panorama traçado não ser favorável em matéria de inovação, Portugal apresenta um desempenho favorável ao nível do espírito empresarial onde se posiciona no 7.º lugar do «ranking», entre os 25 Estados-membros.