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Google e Siemens lideram atração de talento

Google e Siemens lideram atração de talento

A consultora Universum acaba de divulgar o seu ranking anual dos empregadores mais atrativos da Europa (Europe’s Most Attractive Employers 2013). A lista destaca as 50 empresas europeias que são mais ‘sexy’ aos olhos de quem procura um emprego e tem por base um inquérito realizado junto de mais de 100 mil estudantes europeus das áreas da gestão e engenharia, em toda a Europa. Google e Siemens lideram as ambições dos jovens profissionais, numa lista da qual fazem parte empresas que estão a gerar oportunidades também em Portugal.

19.12.2013 | Por Cátia Mateus


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Num mundo em constante movimento onde a mudança acontece a uma velocidade vertiginosa, o sucesso de uma empresa, asseguram os especialistas em gestão, não está apenas na sua capacidade de criar produtos ou serviços competitivos, mas sim no seu potencial de captação e retenção de talento. Trata-se de atrair e fixar na organização profissionais com o talento e as competências críticas ao desenvolvimento de produtos e serviços. Garantir isto é garantir o sucesso futuro de qualquer projeto empresarial, mas é também tornar-se uma organização ‘sexy’ e apetecível para os milhares de talentos que todos os anos saem das universidades europeias.

É este potencial que a consultora Universum avalia anualmente, utilizando como barómetro as perspetivas de empregabilidade e as ambições profissionais de mais de 100 mil estudantes europeus de gestão e engenharia. A edição 2013 do Europe’s Most Attractive Employers destaca no ranking global dos estudantes de Gestão o gigante tecnológico Google como o empregador mais atrativo, enquanto que para os jovens engenheiros, é mais aliciante alcançar um lugar na equipa da Siemens do que, por exemplo, trabalhar na BMW, na IBM, na Microsoft ou na própria Google. O que faz destas empresas organizações atrativas? Para a Siemens a chave do sucesso e da notoriedade junto de quem procura emprego está em factores como uma liderança forte, oportunidades de formação, presença internacional e estabilidade financeira.

A decisão anunciada em setembro pela Siemens de reduzir, durante o próximo ano, vários milhares de postos de trabalho a nível global, não foi suficiente para retirar à empresa liderança do ranking dos empregadores mais atrativos aos olhos dos engenheiros. A multinacional alemã que esta semana esteve no centro das atenções em Portugal, pela possibilidade de encerrar já no próximo ano a fábrica de transformadores de Sintra – unidade de produção do Sabugo - devido a uma quebra no volume de encomendas, destaca-se como uma das empresas mais sexy da Europa na perspetiva dos jovens estudantes de Engenharia. A empresa exibe a nível europeu o mais alto nível de atratividade de talentos, de acordo com a Universum.

Joana Garoupa, diretora de Comunicação da empresa em Portugal, são várias as ações que a empresa desenvolve em Portugal para se tornar mais atrativa aos jovens engenheiros e fomentar o estudo da engenharia. “O destaque vai sem duvida para o protocolo ‘Engenharia Made in Portugal’ assinado no início de 2013 com o Ministério da Educação e Ciência e o Ministério da Economia e Emprego”, explica a responsável destacando a meta de reforçar o ensino da engenharia no país e fomentar a formação académica e profissional nesta área de conhecimento. O programa já atingiu cerca de 13 mil jovens portugueses, mas não é o único. “A Siemens foi das primeiras empresas a operar em Portugal a criar uma escola profissional, há 20 anos, com a Câmara de Comércio Luso-alemã e o Estado, que deu origem à ATEC, uma escola de formação que integra ainda a Volkswagen e a Bosch”. Ambas as empresas estão também listadas no ranking dos empregadores de excelência da Universum, demonstrando a importância que este fomento e investimento na formação tem junto dos jovens (ver ranking). A ATEC tem em média cerca de 700 formandos por ano e uma taxa de empregabilidade entre os 85 e os 100% e não é o único projeto onde a Siemens, a Volkswagen e a Bosch estão envolvidas.

Qualquer uma destas empresas destaca-se pela sua estreita ligação às instituições de ensino, colaborando ativamente na formação de jovens profissionais, mas também no desenvolvimento de projetos de investigação. Para João Araújo, gestor global de marketing da Universum, a empresa responsável pelo inquérito que trabalha a nível mundial com 1200 empresas, muitas das quais integram a Fortune 500, “o ranking mostra que os jovens europeus com mais formação querem trabalhar para grandes empresas internacionais com marcas muito conhecidas”. E as oportunidades estão em toda a parte, incluindo Portugal.

A Google, listada como a empresa mais apetecível entre os licenciados europeus na área da Gestão, recrutou recentemente perfis com fluência em português para funções internacionais e a Bosch, que ocupa a sexta posição no ranking, estabeleceu uma parceria com a Universidade do Minho em 2012 que dará origem agora a um programa de recrutamento de 35 engenheiros e 59 bolseiros e que prevê a realização de um investimento de 19 milhões de euros em projetos de I&D até 2015. Em comunicado, a Bosch Car Multimedia Portugal, em Braga, lembra que a parceria tem como objetivos “a investigação e desenvolvimento (I&D) de soluções multimédia avançadas para a indústria automóvel e potenciar a cultura de inovação exportada pelo grupo a partir de Portugal para todo o mundo".

Segundo Sven Ost, administrador técnico da Bosch em Braga, a empresa tem investido no desenvolvimento e produção de tecnologia e soluções inovadoras no país “porque acredita nas potencialidades de Portugal. O país tem uma localização importante para as operações da Bosch a nível global e este projeto conjunto com a Universidade do Minho vem corroborar esta importância. As instalações da Bosch em Braga são altamente competitivas em termos de qualidade e produtividade na Europa". O projeto deverá continuar a gerar oportunidades.

A Universum colabora com cerca de 500 universidades mundiais para realizar pesquisas sofre as preferências de carreira e empregadores de talentos. Para a consultora, a deteção e retenção de talento tem vindo a tornar-se um desafio crescente até para as organizações com melhor reputação e melhores índices de notoriedade junto de potenciais candidatos a emprego. “À medida que o emprego para toda a vida foi substituído pela multiplicidade de carreiras e por funções de menor duração, os recrutadores começaram a questionar os seus investimentos na área da formação e no desenvolvimento dos seus talentos, que muitas vezes abandonam a empresa antes mesmo deste investimento ser rentabilizado”, clarifica a consultora no relatório “The Challenge: creating lifelong relations with talent”. Na verdade, para a Universum é nesta capacidade de cimentar relações duradouras com os seus talentos que deve residir o principal desafio e investimento das empresas que querem tornar-se atrativas para bons profissionais. “A luta pela captação de talento é cada vez mais intensa e os recrutadores são agora comparados publicamente entre si”.

O futuro passa, segundo a consultora, por iniciar a abordagem ao talento mais cedo, ainda nas universidades, fomentando um relacionamento coeso de modo a estreitar os laços e tornarem-se a primeira opção de emprego dos recém-licenciados. “Mais do que a era da gestão de pessoas, as empresas enfrentam o desafio de gerir o seu relacionamento precoce com os talentos como factor decisivo para o sucesso do seu negócio”, enfatiza a consultora.



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