Cátia Mateus
A CONJUNTURA económica desfavorável parece não ser
suficiente para desmotivar os que ambicionam criar o seu próprio
negócio, seja por uma necessidade de auto-emprego ou por mera vontade
de enveredar pela via empresarial. A prová-lo está não
apenas a sucessão de iniciativas ligadas ao fomento do empreendedorismo,
que durante o mês de Novembro tiveram lugar em Portugal, mas também
a elevada adesão de visitantes ao último Franchise Show,
recentemente realizado, que duplicaram face a 2004. Durante três
dias de exposição, a oitava edição do Franchise
Show contou com mais de 5330 visitantes. Um número que segundo
Eduardo Miranda, presidente do Instituto de Informação em
Franchising (IIF), entidade promotora do evento, «representa
um crescimento na ordem dos 50% face a 2004». Eduardo Miranda
prefere encarar estes resultados como «uma mudança de
atitude dos portugueses face à adversidade», ao invés
de falar em retoma económica.
Aquele responsável acredita que
«as
pessoas independentemente de estarem empregadas ou não, aperceberam-se
de que, para terem alguma estabilidade financeira, não podem contar
apenas com o seu salário a curto prazo e a reforma a longo prazo».
E, talvez por se tratar de um modelo de negócio já testado,
que garante apoio aos empreendedores, o «franchising» tem
registado um crescimento significativo ao longo dos últimos anos.
Em Portugal, o «franchising» dá emprego a 56 mil pessoas.
Anualmente, são cerca de mil as pessoas que se tornam empresários
por esta via e este tipo de negócios apresenta um grande potencial
de internacionalização.
Empresa na hora
Mas também os que preferem criar uma empresa a partir de uma
ideia própria podem gozar de alguns apoios. Por várias
vezes, o ministro da Economia, Manuel Pinho, apelou ao esforço
individual e ao desenvolvimento de iniciativas empreendedoras como forma
de relançar a economia nacional e promover a criação
de emprego. Um importante passo neste sentido terá sido a desburocratização
do processo de criação de empresas.
Manuela Leitão Marques, coordenadora da Unidade de Coordenação
da Modernização Administrativa (UMCA), refere que o programa
«Empresa na hora» apresenta resultados bastante positivos.
«De meados de Julho até Novembro foram criadas 1117
empresas, nos seis locais de atendimento actualmente em funcionamento»,
explica a coordenadora. A partir de Fevereiro do próximo ano
o programa será finalmente alargado a todo o território
nacional.