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Este emprego serve-lhe?

Este emprego serve-lhe?

A crescente competitividade para entrar no mercado de trabalho, logo a partir dos níveis iniciais da carreira, tem vindo a impor aos recém-licenciados a adoção de estratégias cirúrgicas de abordagem ao mercado de trabalho e aos recrutadores. Perante um número elevado de candidatos disponíveis no mercado, o foco das empresas tem sido alcançar o match perfeito entre o candidato e a função. Por outras palavras, selecionar entre a vasta oferta disponível “o talento certo para a função”. Mas do lado dos candidatos há já quem questione se ser “o talento certo” naquela empresa é de facto benéfico para a sua carreira.

21.08.2015 | Por Cátia Mateus


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Em época de desemprego elevado, conseguir uma primeira colocação é motivo de celebração. Mas para o especialista em gestão de carreira Ryan Niessen, co-fundador da plataforma The Gateway Method, criada para orientar os profissionais na conquista de um emprego “à sua medida”, muitos candidatos estão a negligenciar o impacto que uma má primeira escolha pode ter na definição do seu plano de carreira futuro. Para o especialista, a maioria dos jovens tendem a abordar o mercado focados na orientação (muitas vezes disseminada pelos recrutadores e gestores de carreira), de que para ser contratado o candidato tem de provar ser o talento certo para a organização, quando na realidade, “a primeira pergunta que o jovem candidato, à procura do primeiro emprego, deve fazer é se aquela é a empresa certa para si”, explica Niessen.?

“A tendência é para que os jovens disparem um número indiscriminado de currículos para várias empresas e aceitem a primeira oportunidade que surge”, explica advertindo para o risco desta estratégia nas suas opções futuras de carreira. Segundo o especialista, as situações de desmotivação com a carreira e com a profissão escolhida têm, em grande parte dos casos, a sua base “numa escolha errada da empresa por parte do candidato e não apenas numa má política de integração dos candidatos que a empresa possa conduzir”. Razão pela qual, para Ryan Niessen, “mais do que se colocar na posição de poder, eventualmente, vir a ser o escolhido pela empresa, o candidato deve fazer a sua própria triagem e identificar as organizações que possam corresponder às suas aspirações de carreira”.?

Como? Para o especialista, há três passos fundamentais para que um candidato possa identificar a empresa a que “pertence”. Determinar o que o motiva e a questão-âncora que orienta a sua carreira (em que gostaria de trabalhar), é o primeiro passo. “Saber o que os levou a investir tempo e dinheiro no curso que tiraram e o que sonharam fazer com ele, é imperativo”, enfatiza. A partir daqui, é identificar no mercado as várias empresas que estão a destacar-se cumprindo essa mesma ambição, seja dando resposta a uma questão específico que possa ter surgido ao candidato durante a sua formação (por exemplo, uma investigação iniciada durante a sua formação ou um trabalho académico numa área específica) ou cultivando uma política empresarial onde o candidato se reveja. ?“Uma vez identificadas as empresas elegíveis, o candidato deve analisá-las e conhecer detalhadamente a sua política de recursos humanos, os seus valores, a sua cultura e ambiente empresarial”, explica enfatizando que um candidato que não tenha um bom nível de relacionamento interpessoal dificilmente se adaptará a uma empresa onde o foco da cultura empresarial seja o trabalho em equipa.

Este levantamento será também útil para que o candidato possa elaborar a sua apresentação à empresa e a candidatura, apresentando a sua própria proposta de valor.?É, de resto, na apresentação que reside o terceiro trunfo que Niessen destaca como sendo determinante para conquistar um emprego “à medida”. Defende o especialista que “o candidato deve utilizar uma abordagem radicalmente diferenciadora e capaz de o apresentar à empresa como uma oferta irresistível”. Ir além da tradicional carta de apresentação e do formatado currículo é imperativo, garante.



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