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Engenharia portuguesa é estratégica para a Bosch

Engenharia portuguesa é estratégica para a Bosch

Aveiro acolhe o centro mundial de competências da Bosch Termotecnologia. Por ano recrutam 30 novos engenheiros doutorados.

23.10.2017 | Por Cátia Mateus


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É de Portugal para o resto do mundo que saem as soluções de termotecnologia do grupo Bosch. A partir da unidade de Investigação & Desenvolvimento de Aveiro, o centro de mundial de competências da marca para a área termotecnológica, a Bosch tem 184 engenheiros altamente qualificados que se dedicam ao desenvolvimento de soluções de água quente. Desta equipa saiu, por exemplo, o primeiro esquentador do mundo controlado à distância, via Bluetooth. A cada ano a empresa contrata em média 30 novos engenheiros para a sua equipa. Este ano há ainda cinco vagas por preencher. Sérgio Salúscio, administrador da Bosch Termotecnologia, reconhece que não é fácil contratar nesta área. Um foco constante no mercado de talentos e nas universidades, são as suas estratégias para garantir que a sua equipa mantém a excelência que a faz ser um exemplo no contexto da marca a nível mundial. “Há uma procura crescente das competências que consideramos essenciais para os nossos profissionais em todo o mundo. Por isso não é fácil contratar nesta área”, explica Sérgio Salúscio. O administrador reconhece que a boa reputação do grupo Bosch abre portas e facilita a missão, mas não nega que é preciso um trabalho constante junto das universidades para atrair os melhores talentos. A cada ano entram na Bosch Termotecnologica cerca de 30 engenheiros altamente qualificados. “Na sua maioria são engenheiros informáticos, eletrónicos e mecânicos, mas começamos também a ter engenheiros químicos e físicos”, explica. A alteração dos perfis é fruto da crescente complexidade dos projetos em que a empresa está envolvida. “Normalmente procuramos candidatos com grau de mestrado, mas damos preferência a candidatos com PhD (doutoramento)”, reforça. Os profissionais contratados são integrados nas equipas que se dedicam ao desenvolvimento de soluções de conectividade, IoT (internet das coisas)  gestão de eficiência energética. Áreas que são neste momento as grandes bandeiras do centro localizado em Aveiro.  “Queremos consolidar a nossa posição de centro de competências mundial da Bosch para a área de aquecimento e tratamento de água, trazendo áreas complementares de I&D para uma melhor e maior integração das nossas soluções no âmbito das casas inteligentes onde a gestão de energia, o impacto ambiental e a melhoria do conforto tem um papel fundamental na definição do futuro da termotecnologia”, explica o administrador. Uma estratégia que passa pela ligação às universidades. Perto da academia A Bosch Termotecnologia estabeleceu no último ano uma parceria com a Universidade de Aveiro para o desenvolvimento de soluções para casas inteligentes. O projeto Smart Green Home resulta de um investimento de 18,8 milhões de euros, cofinanciados pelo COMPETE 2020 e pelo Fundo Europeu do Desenvolvimento Regional, e um horizonte de execução até 2019. A equipa conta com o envolvimento de 100 colaboradores da Bosch e 115 investigadores da universidade de Aveiro. Até ao final do projeto está prevista a contratação de mais 20 bolseiros para completar o quadro existente. O projeto da Bosch Termotecnologia está focado no desenvolvimento de soluções integradas para uma nova geração de produtos e tecnologias para ambiente doméstico, capazes de elevar os padrões de conforto, segurança e satisfação de utilização a um novo nível, bem como dar resposta aos problemas de sustentabilidade, aumentando a eficiência energética e diminuído a emissão de gases poluentes e o consumo de água nos produtos da marca. É, de resto, nesta lógica que se enquadra o projeto Optiflow que este ano garantiu ao engenheiro português Luís Monteiro um dos 10 Bosch Inventor Awards atribuídos este ano pela empresa aos melhores inventores da empresa em todo o mundo. O engenheiro foi o primeiro português a conquistar a distinção, com uma patente desenvolvida em solo luso, e foi selecionado entre 50 mil engenheiros (ver caixa). A partir de Portugal são exportadas soluções de água quente para fábricas Bosch em todo o mundo. O grupo Bosch emprega em solo nacionais mais de quatro mil colaboradores, destacando-se como um dos maiores empregadores industriais, e gerou no último ano uma faturação de 1,1 mil milhões de euros em vendas internas. Inventor de topo Pela primeira vez na história da Bosch há um português entre os dez melhores inventores da tecnológica a nível mundial. Luís Monteiro, engenheiro, foi distinguido com o “Bosch Inventor Award”, o galardão atribuído globalmente pela empresa aos profissionais que se destaquem pela inovação dos seus projetos. Cinquenta mil profissionais competiram este ano pelo prémio. O engenheiro português ficou entre os dez melhores inventores mundiais. Luís Monteiro tem 41 anos, é formado em Engenharia Mecânica pelo Instituto Superior Técnico e mestre na área dos sistemas de combustão pela universidade francesa IFP School. Membro da Bosch desde 2005, integra atualmente o departamento de Investigação e Desenvolvimento da Bosch Termotecnologia, em Aveiro. O engenheiro é o responsável pelo Optiflow, uma invenção que veio introduzir uma nova tecnologia ao sistema de gestão da combustão dos esquentadores, permitindo “obter uma modulação de potência mais elevada, um comprimento de conduta igualmente mais elevado e contribuir para atingir 100% de eficiência térmica”, explica. O projeto desenvolvido em Portugal foi considerado um dos mais inovadores produzidos pela empresa que colocou recentemente no mercado mundial o primeiro esquentador controlado à distância, via Bluetooth. 



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