A engenharia parece ser o principal motor das novas contratações nacionais. Apesar da taxa de 14,9% de desemprego registada, os licenciados nesta área, cada vez mais global, gozam de oportunidades num mercado que procura combater a estagnação, demonstrando que esta é uma profissão que já não tem região, nacionalidade ou língua. É global. Tal como são as empresas internacionais que procuram em Portugal engenheiros de várias especialidades, altamente qualificados.
António Saraiva, o presidente da Confederação Empresarial de Portugal (CIP), referiu recentemente no âmbito do Congresso Ibérico de Jovens Engenheiros que “os profissionais que exercem engenharia são uma peça fundamental para ultrapassar a crise, se mantiverem os elevados padrões éticos e mantiverem o nível qualitativo que lhes é reconhecido”. A verdade é que, aparentemente, para quem tem esta formação ofertas não faltam e vencer no mercado de trabalho, nacional ou internacional, parece depender apenas da vontade destes profissionais.
No mês de maio, das 447 ofertas divulgadas 163 direcionavam-se a perfis na área da engenharia informática e tecnologias de informação (a área mais dinâmica dentro das engenharias). Entre as principais funções em aberto estavam vagas para analistas/ programadores, especialistas de redes e servidores, consultores de TI, administradores de sistemas e de bases de dados, bem como especialistas de redes móveis.
Uma parte destas vagas foram geradas por empresas internacionais que em encontram em Portugal um bom fornecedor de mão-de-obra altamente qualificada nos diversos ramos da engenharia. São disso exemplos a engenharia civil, a mecânica e a aeronáutica, cujos profissionais portugueses têm vindo a registar forte dinâmica na procura por parte de empresas angolanas, norueguesas, alemãs e de outras origens.
Oportunidades que são confirmadas pelo ranking dos maiores recrutadores do mês (ver caixa), onde figuram na sua maioria empresas ligadas à área das tecnologias de informação, mas também pela análise sectorial das ofertas divulgadas em maio. A liderar os sectores que mais recrutaram no mês passado está, precisamente, o das Tecnologias de Informação, logo seguido pelos da Saúde, Banca, Seguros e área Financeira e Telecomunicações.
No último mês, para 447 oportunidades divulgadas, o Expresso Emprego registou 46.366 candidaturas. Merece destaque a cada vez maior presença de anúncios divulgando oportunidades de trabalho além-fronteiras e o facto de 327.826 utilizadores manterem o seu currículo atualizado e disponível na base de dados do Expresso Emprego. São maioritariamente profissionais do sexo feminino, com formação ao nível da licenciatura, com mestrado concluído ou em fase de conclusão.
Quem está a recrutar mais*
A consultora tecnológica Sogeti foi a principal recrutadora do Expresso Emprego em maio. A empresa recrutou em Portugal engenheiros com perfis ligados às novas tecnologias para reforçar os seus quadros, mas não foi a única. Neste rankingo dos maiores recrutadores estão outras empresas do mesmo sector que demonstram que as TI parecem estar a escapar ilesas à crise económica. A Privamera Software, a Bosch, a SAP, a Reditus e a Crossjoin Solutions marcam também presença nesta tabela onde o lema é “engenheiros procuram-se!”
1º Sogeti
2º Primavera
3º Bosch Termotecnológica
4º Sotheby's 5º SAP
6º NISCAYAH
7º Reditus
8º Crossjoin Solutions
9º CEIIA
10º Pure Healthcare
*Os dados deste ranking não incluem ofertas de trabalho anónimas ou veiculadas através das empresas especializadas em recrutamento e seleção.