Cerca de 74% das vagas nacionais disponíveis para cursos na área da engenharia foram preenchidas na primeira fase de candidaturas no concurso de acesso ao ensino superior, cujos resultados foram esta semana conhecidos. Os números divulgados pela Direção-Geral de Ensino Superior (DGES) revelam que às 9037 vagas disponíveis concorreram, como primeira opção, 7855 candidatos e 6700 foram colocados. Carlos Matias Ramos, bastonário da Ordem dos Engenheiros, diz que o número de colocações mais do que duplicou face às alcançadas na primeira fase do concurso de acesso de 2014.
Mas apesar deste aumento do interesse nas engenherias, e da aparente mudança nas prioridades de qualificação dos jovens portugueses, as engenharias e as ciências empresariais permanecem entre as áreas que deixaram mais vagas por preencher na primeira fase do concurso de acesso ao ensino superior público. Para as engenharias há ainda 2342 vagas disponíveis para a segunda fase de candidaturas que termina no próximo dia 18. Para as ciências empresariais, 1299. A arquitetura teve também um número significativo de vagas para preencher: 908.
Vagas a sobrar e médias a disparar
As taxas de colocação dos candidatos portugueses nesta primeira fase registaram este ano o melhor desempenho dos últimos cinco anos, com uma quebra significativa (na ordem dos 34%) no número de vagas disponíveis para a segunda fase. Contudo, num ano em que o Ministério da Educação e Ciência admite os cursos com menos de 10 alunos deverão ser encerrados, as contas da DGES revelam que há 208 cursos nesta situação e 48 que não resgistaram sequer candidatos. Entre estes, as engenharias voltam a destacar-se, desta vez na área da engenharia civil, onde os cursos da Universidade de Coimbra e Instituto Superior de Engenharia de Lisboa, deixaram um número significativo de vagas disponíveis para a segunda fase.
Sem surpresas, Medicina foi o curso com a nota nacional de acesso mais alta, na Universidade do Porto, que colocou, apesar disso, 245 candidatos. No ranking da excelência e exigência estão também o Instituto Superior Técnico e o curso de Engenharia Aeroespacial, com 18,5. Entraram 85 alunos. No outro lado desta balança estão mais de 30 cursos superiores onde os candidatos entraram com média negativa.