Cátia Mateus
OS ENFERMEIROS portugueses já se podem doutorar
na sua área de especialidade.
Até à data, estes profissionais tinham de optar por outras
áreas, dada a inexistência no país de um doutoramento
em Enfermagem.
Uma lacuna que o protocolo agora firmado entre a Universidade de Lisboa
(UL) e as quatro escolas superiores de enfermagem da capital conseguiu
colmatar.
Para António Nóvoa, vice-reitor da UL, o protocolo estabelecido
"é uma oportunidade de colocar em prática a tão
falada articulação entre universidades e politécnicos".
O responsável adianta que até aqui os enfermeiros recorreram
a doutoramentos em áreas próximas da saúde, mas fora
da sua especialização.
Com a ratificação do protocolo entre a UL e as escolas superiores
Artur Ravara, Calouste Gulbenkian, Francisco Gentil e Maria Fernanda Resende,
o programa de estudos destas instituições será associado
a cursos de doutoramento em enfermagem de universidades estrangeiras,
alargando o leque de escolha dos enfermeiros portugueses.
Segundo António Nóvoa, "esta é uma iniciativa
pioneira no país". A sua importância aumenta se
tivermos em consideração que "comparativamente com
o resto do mundo, o número de enfermeiros por mil habitantes é,
em Portugal, inferior aos valores apresentados por outros países
com o mesmo nível de desenvolvimento", refere.
No país existem 40 mil enfermeiros registados na respectiva Ordem.
"Para estar na média europeia são necessários
mais 23 mil profissionais, metade dos quais na região de Lisboa",
conclui.