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Empresas mais solidárias

Empresários apostam na responsabilidade social
15.12.2006


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Maribela Freitas e Marisa Antunes Dar uma cadeira de rodas a quem não tem possibilidades de a comprar, proporcionar uma ceia de Natal condigna aos sem-abrigo ou adquirir um instrumento médico essencial ao rastreio de doenças infantis, são apenas alguns exemplos de acções de solidariedade por parte de empresas, que apesar de terem mais visibilidade nesta época propícia ao mecenato, cimentam o conceito de responsabilidade social ao longo de todo o ano.


É o caso da Missão Sorriso, o projecto social da Modelo-Continente, a parte mais visível das acções integradas na responsabilidade social do grupo Sonae e distinguida recentemente com o prémio de ‘Marketing sustentável e com consciência'. Lançada em 2004, a Missão Sorriso simbolizada pela mascote Leopoldina, foi criada para apoiar os hospitais das cidades onde estão localizados hipermercados Continente.

Até agora, o projecto já angariou mais de 1,3 milhões de euros para as unidades pediátricas em vários pontos do país, que se traduziram em 350 equipamentos médicos. “Este ano, queremos beneficiar 25 entidades hospitalares com 800 mil euros. O objectivo é reduzir a dor e a permanência das crianças nos hospitais”, realça Miguel Rangel, director de «marketing» do Continente. Verbas que trazem uma mais-valia inquantificável para o bem-estar dos mais pequenos, que se encontram doentes. Como aconteceu, por exemplo, no Hospital de Vila Real. “Não existia um único ecógrafo para se fazer exames às crianças e estas eram transferidas, habitualmente para o Porto. A Missão Sorriso permitiu que as ecografias passassem a ser feitas em Vila Real, o que permite o diagnóstico dez minutos depois, sem demoras, sem tempos de espera”, exemplifica o responsável. Este ano, entre as 25 unidades pediátricas, contam-se três maternidades (Alfredo da Costa, em Lisboa, Bissaya Barreto, em Coimbra e Júlio Dinis, no Porto) e os dois institutos de oncologia Francisco Gentil.

Na Siemens Portugal, a responsabilidade social é também encarada de uma forma continuada. Muito antes de ter chegado o Natal, já a multinacional alemã tinha oferecido 280 cadeiras de rodas a 41 instituições de solidariedade social, uma acção integrada no projecto Academia Siemens, criado especialmente para cumprir vários objectivos de responsabilidade social da empresa. “A Academia Siemens abrange acções em cinco áreas diferentes, nomeadamente a Investigação e Desenvolvimento, Cultura e Desporto, o «Caring Hands», no âmbito da solidariedade, o ambiente e o «Generation XXI», para iniciativas de formação e educação”, pormenoriza Eduardo Sobral, director do departamento Corporate Development da Siemens.

Desde o apoio aos licenciados que estão a fazer mestrados, pós-graduações e doutoramentos, com a possibilidade de posterior integração na empresa, passando por acções de sensibilização ambiental para os trabalhadores até ao patrocínio de iniciativas como a exposição de quadros pintados pelos utentes da Associação Nacional das Famílias para a Integração da Pessoa Deficiente no auditório da empresa, são várias as acções integradas na Academia Siemens.

Também no domínio da responsabilidade social o grupo Portugal Telecom (PT) tem vindo a alicerçar a sua acção em três dimensões: económica, ambiental e social. No primeiro domínio, a sua actuação tem-se desenvolvido tendo em vista o crescimento financeiro com respeito pela sociedade e ambiente. Na dimensão ambiental tem apostado numa estratégia de maior eficiência energética e de gestão de resíduos e no estabelecimento de parcerias de I&D para a realização de estudos de impacto ambiental.

No aspecto social enquadram-se acções de mecenato e apoios directos a vários projectos, intervenções ao abrigo de programas de voluntariado, intervenções na comunidade e ambiente e apoio ao desporto. Ao abrigo do programa Aurora, qualquer colaborador da PT é um potencial voluntário, disponibilizando o grupo entre um a cinco dias úteis por ano, por colaborador, para trabalhos de voluntariado e intervenção junto da comunidade, durante o horário de trabalho, sem perda de retribuição ou assiduidade. “A época de Natal e passagem de ano têm constituído tradicionalmente o ponto alto das acções de voluntariado realizadas por parte dos colaboradores da PT, ao abrigo de vários programas de voluntariado”, refere Luís Matos, da direcção de activos humanos corporativa da PT.

Para este responsável “as empresas são organismos vivos que interagem com a sociedade, o meio ambiente e a economia. Essa interacção deverá traduzir-se sempre em ganhos para todas as partes e as empresas deverão ser vistas como factor de desenvolvimento sustentável nas sociedades em que se inserem”. Prova disso, são os prémios que a PT já recebeu, nomeadamente o de ‘Empresa mais familiarmente responsável' e de ‘Cidadania empresarial - sustentabilidade económica'.

Maria João Vasconcelos, directora-geral da empresa de consultoria e responsabilidade social Sair da Casca, explica que “em Portugal continua a confundir-se responsabilidade social com solidariedade. O primeiro conceito é bem mais abrangente e é uma forma das empresas contribuírem para um objectivo mundial que é o da sustentabilidade. É também uma forma voluntária de criar valor e boas práticas ambientais, sociais e económicas”. Quanto à sua disseminação pelo país, a consultora considera que se tem registado um crescimento.





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