Vítor Andrade
vandrade@mail.expresso.pt
DE ACORDO com o Instituto de Emprego e Formação
Profissional (IEFP), o desemprego cresceu 51,5% entre os recém-licenciados
ao longo do último ano.
São números que podem ter várias leituras. No entanto,
a mais preocupante - além do facto de estarmos a falar de pessoas
que não têm trabalho - poderá ser, porventura, a seguinte:
é que o nossos empresários continuam a não querer
ver aquilo que é óbvio. Ou, seja, insistem em recrutar mão-de-obra
pouco qualificada.
Talvez não queiram perceber, mas, a prazo, isso traduzir-se-á
quase de certeza em índices de produtividade muito menores que
os desejados, níveis de eficácia mais baixos e, em última
análise, em perdas de competitividade consideráveis para
as empresas em causa.
É certo que, no curto prazo, o recrutamento de mão-de-obra
menos qualificada poderá representar menores custos para o orçamento
imediato da empresa.
A "factura", porém, virá mais tarde, quando essa
mesma empresa tiver que competir com outras servidas de mão-de-obra
devidamente formada. A diferença entre elas é que umas tiveram
visão estratégica, e outras... não.