Sofia de Almeida
APESAR de Portugal ser um dos países da União Europeia com menos licenciados, as dificuldades em encontrar um emprego compatível com os anos de estudo são várias. Muitos jovens recorrem ao Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) e ao Instituto Português da Juventude (IPJ).
Segundo um estudo efectuado pelo IEFP em 2004, a maioria dos jovens licenciados consegue integrar-se no mercado de trabalho nos primeiros 12 meses. Muitos admitem que não tiveram qualquer contacto com o meio profissional mas consideram que o curso lhes proporcionou o desenvolvimento das competências reais adequadas às necessidades do seu trabalho.
Defendem que os estabelecimentos de ensino deveriam fomentar e rever as articulações com o meio empresarial através de projectos específicos, estágios e divulgação dos cursos junto das entidades empregadoras.
Segundo este estudo, os cursos de psicologia, educação física e desporto e engenharia alimentar foram os que mais saturação tiveram no mercado de trabalho. Mas as dificuldades estendem-se a todas as áreas, arquitectura, engenharias e cursos de ensino. Para atenuar esta situação o IEFP dispõe de programas específicos para jovens e licenciados.
O que mais sucesso tem é o de estágios profissionais que atinge uma taxa de empregabilidade na área dos diplomados de cerca de 83%.
A chegada de jovens licenciados desempregados também se fez notar no IPJ. Em 2004, o instituto foi procurado por dezenas de jovens e registou um aumento significativo relativamente a anos anteriores.
As áreas de maior incidência foram a psicologia, ciências da comunicação e educação física e desporto. Apesar de, actualmente, o IPJ não ter qualquer programa que apoie estes jovens desempregados, a recepção de currículos continua a crescer.
Numa altura em que Portugal e nomeadamente o Algarve têm cada vez mais jovens a saírem das universidades, a necessidade de enquadrar estas questões cresce. Desta forma, a Faculdade de Economia da Universidade do Algarve desenvolveu um estudo para apurar a taxa de empregabilidade e de inserção profissional dos alunos deste estabelecimento de ensino.
Neste trabalho foi apurado que o tempo médio de espera até à obtenção do primeiro emprego era inferior a cinco meses. Cerca de 80% ficaram a trabalhar por conta de outrem e registou-se que o desemprego afectava os recém-licenciados e os que terminaram os cursos com médias mais baixas.
A situação actual dos licenciados na Faculdade de Economia permite concluir que cerca de 11,2% dos licenciados procuram emprego, taxa bastante semelhante à registada em 1998, quando 11% dos licenciados também estavam desempregados.
No entanto, se excluirmos da análise os licenciados que terminaram o curso em 2003, dos quais muitos estão ainda à procura do primeiro emprego, verifica-se uma redução da taxa para 9,1%. Grosso modo, as taxas de desemprego dos seus cursos antes de 2001, apenas 6,8% estão actualmente à procura de emprego, subindo essa percentagem para 13,3% nos outros anos.
Jornal do Algarve — Rede Expresso