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Design Global

O design nada exclui e pode conferir ao mais banal objecto quotidiano o estatuto de arte.A agência de design SNorD quer prová-lo no terreno.
30.03.2007


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Cátia Mateus
São quatro sócios, trabalharam juntos dez anos antes de decidirem passar à fase seguinte. Das mãos e da arte desta equipa já saiu a Pluma, a botija ultraleve da Galp que celebrizou a “miúda do gás” e deitou por terra o velho (e inacreditável) ditado de que as mulheres não se querem mais pesadas do que uma ‘bilha' de gás. Filipa Freitas, Gonçalo Fonseca, Rui Sampaio de Faria e Pedro Cunha Monteiro são os rostos de uma agência de design que “não quer ser, simplesmente, mais uma agência” e que tem ambições à escala internacional. A SNorD-Super Normal Design promete demonstrar na prática que o design nada exclui e pode ser aplicado aos objectos mais comuns do quotidiano, mudando a forma como nos relacionamos com eles.

O nome é inspirado na exposição que os designers Jasper Morrison e Naoto Fukasawa, realizaram em Tóquio — denominada SuperNormal — que partia de uma colectânea de objectos do quotidiano a que o design tinha conferido novas potencialidades de relacionamento com o público. O mote desta exposição é, também, o princípio basilar da SNorD criada pelos quatro empreendedores.

Esta agência, criada em Outubro de 2006, centra o seu posicionamento no mercado em cinco pilares essenciais: Business & Corporate, Strategy & Creative Contents, Architecture & Interior Design, Concepts & Product Design e Graphic & Communication Design. Segundo Filipa de Freitas, “a SNorD nasceu porque acreditamos que existe uma oportunidade muito interessante no mercado para uma agência de design portuguesa, fortemente orientada para o desenvolvimento de projectos de inovação nas áreas de design de produto, packaging, branding, design de comunicação, arquitectura e design de interiores”.

A empresária adianta que “se ambicionássemos ser mais uma agência de design em Portugal, provavelmente tornar-nos-íamos uma agência de design a mais em Portugal”. Por isso, desde a entrada no mercado, os líderes da SNorD têm procurado colocar a empresa na rota da inovação. “Procuramos levar mais longe o conceito de relação, de duas formas distintas: criando por um lado projectos de inovação ao nível do design que poderá passar por um novo produto, marca ou serviço e, posteriormente, procuramos clientes que tenham forte implicação com o respectivo projecto e com capacidade de investimento para o realizar”.

Entre o público-alvo desta agência destacam-se as empresas, mas também a indústria. E a estratégia de crescimento da empresa passa também pelo estabelecimento de parcerias com este sector, até porque “a meta da SNoRD passa por conseguir implementar no mercado produtos de marca própria”, revela Filipa de Freitas. Para alcançar este objectivo, a empresa firmou já parcerias com a Simoldes, na área dos plásticos, e a Mobbit Systems na área da tecnologia.

Com a equipa recentemente reforçada por Ana Ventura (na direcção criativa da área de Graphic & Communication Design) e Ana Abreu (Client & Project Manager), a SNoRD totaliza seis quadros fixos. Filipa de Freitas explica que “a equipa deverá crescer mais, mas em função das necessidades do mercado, pois um crescimento imponderado conduz facilmente a situações económica e operacionalmente insustentáveis”.

Ainda a concretizar investimento inicial, nomeadamente a nível tecnológico, Filipa de Freitas prefere não falar em retorno do investimento, mas adianta que a aceitação do mercado ao conceito SNorD tem sido muito boa. É que, para a empresária, “as principais dificuldades que sentimos foi exactamente na entrada no mercado. A receptividade dos clientes a um projecto que tem apenas 15 dias é muito difícil, as empresas gostam de estruturas grandes, com história, multinacionais, esquecendo que para ter história é necessário começá-la”.

E a SNorD tenciona construir a sua história com alma e criatividade. Nas metas desta empresa estão a consolidação e diversificação de clientes, o estabelecimento de relações de parceria com a industria e pólos científicos e a internacionalização. Até porque, para a porta-voz do projecto, “mais do que um objectivo, a internacionalização é uma necessidade, não só da SNorD como de qualquer empresa que se posicione no mercado da inovação. A perspectiva de uma economia de escala é essencial para a viabilização deste tipo de projectos”.

BI Empresarial

Nome: SNorD - SuperNormal Design
Fundadores: Filipa de Freitas (33 anos), Gonçalo Fonseca (46 anos), Pedro Cunha Monteiro (30 anos) e Rui Sampaio de Faria (41 anos)
Data de criação: Outubro de 2006
Sede: Lisboa
Área de actividade: agência de design orientada para o desenvolvimento de projectos de inovação nas áreas de design de produto, «packaging», «branding», design de comunicação, arquitectura e design de interiores.
Público-alvo: Empresas e indústria.
Empregos criados: Seis, a título permanente
Principais dificuldades: Entrada no mercado e implantação. "Os clientes gostam de empresas com história e de grande dimensão, esquecendo que se começa pequeno"
Perspectivas futuras: Consolidação e diversificação de clientes, estabelecer parcerias com a indústria e pólos científico-tecnológicos e internacionalizar.
Sítio «on-line»: www.snord.pt





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