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Desemprego invade Algarve

Os efeitos da crise económica no turismo estão a aumentar o desemprego no Sul
06.05.2005


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Jornal do Algarve/ Rede Expresso

ENCONTRAR emprego no Algarve está cada vez mais difícil. De acordo com os últimos dados do Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP), divulgados na semana passada, os desempregados inscritos nos cinco centros de emprego existentes na região (Lagos, Portimão, Faro, Loulé e Vila Real de Santo António) aumentaram de 15.173, em Março de 2004, para 15.844, no mesmo mês deste ano, o que representa uma subida de 4,4%. Analisando as estatísticas mensais do IEFP, verifica-se que a taxa de desemprego na região está a aumentar desde o início do ano.

Assim, em Fevereiro de 2005, o Algarve contava com 17.040 desempregados, mais 5,6% face ao período homólogo de 2004. Por concelhos, as últimas informações divulgadas reportam-se ao passado mês de Fevereiro e dão conta de que existem 5.511 desempregados na área do centro de emprego de Portimão (Lagoa, Monchique, Portimão e Silves), 3.850 no centro de Faro (Faro, Olhão e São Brás de Alportel), 3.694 no centro de Loulé (Albufeira e Loulé), 2.341 em Vila Real de Santo António (Alcoutim, Castro Marim, Tavira e VRSA) e, finalmente, 1.644 no centro de emprego de Lagos (Aljezur, Vila do Bispo e Lagos).

Todos estes centros de emprego do Algarve registaram aumentos da taxa de desemprego nos primeiros três meses do ano, nomeadamente Vila Real de Santo António (11,6%), Loulé (9,9), Lagos (8,7), Portimão (3,4) e Faro (0,2). Os números reflectem a subida da taxa de desemprego que teima em não baixar na região. No final de 2004 a taxa atingia os 5,7%, ficando ainda abaixo da média nacional (7,1%).

Se na região Norte do país é o encerramento de grandes fábricas e indústrias que está a indignar a população e a colocar na rua milhares de operários com vários anos de serviço, no Algarve o cenário é outro. Em Lagos, por exemplo, o aumento da taxa de desemprego está relacionado com o encerramento de algumas unidades hoteleiras e a redução do quadro de pessoal. Com a redução do número de camas, a oferta turística da região (comerciantes e restauração) tem sentido prejuízos.

As estatísticas mensais da Associação dos Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve (AHETA), revelam que a zona de Lagos/Sagres é a que regista as maiores descidas das taxas de ocupação turística: menos 22% no último mês de Março, menos 27,2% em Fevereiro e uma queda de 17,2% em Janeiro, face a iguais meses de 2004. Não é por isso de estranhar que o número de pessoas inscritas no centro de emprego de Lagos tenha subido mais de 50% em Fevereiro de 2005 face a igual mês de há quatro anos.

As estatísticas divulgadas revelam ainda que o desemprego de curta duração (menos de um ano de inscrição nos centros de emprego) representava, em Março de 2005, mais de 65% do total do desemprego. O desemprego de longa duração (um ano e mais) registou um aumento de 6,7%.

Ao longo do mês de Março, os centros de emprego do Algarve registaram 2.407 novas inscrições, valor superior em 3,8% face ao encontrado para Março de 2004 e 10,9% cento acima do registado em Fevereiro. Entre as profissões mais penalizadas com o desemprego estão os «trabalhadores não qualificados dos serviços e comércio», os «empregados de escritório», o «pessoal dos serviços de protecção e segurança» e os «trabalhadores não qualificados da construção civil e indústrias transformadoras», representando 44% dos desempregados inscritos.

Em termos de evolução do desemprego por profissão, relativamente ao mesmo mês do ano anterior, verificam-se aumentos significativos nos «directores e gerentes de pequenas empresas» (mais 13,9%), «outros operários, artífices e trabalhadores similares» (mais 13,7%), «agricultores e pescadores de subsistência» (mais 12,7%) e «operários e trabalhadores similares da indústria extractiva e construção civil» (8,7%).





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