Diz-se do programa Techstars que tem critérios de seleção mais rigorosos do que os necessários para entrar em universidades de topo como o MIT ou Harvard. A equipa fundadora da doDOC Software e Tecnologias de Informação passou por todas as etapas, com sucesso. O projeto materializados em 2014 por Carlos Boto, Federico Cismondi e Paulo Melo, três doutorados do MIT Portugal, foi selecionado entre 1500 startups candidatas para integrar a aceleradora empresa conhecida por só investir nos empreendedores de maior potencial a nível mundial. A doDOC ajuda empresas com elevadas exigências de regulação a automatizar os seus processos de organização documental e é a primeira startup portuguesa a conseguir um lugar na Techstars.
Os fundadores da doDOC conheceram-se em 2008 no programa MIT Portugal e a empresa nasceu seis anos depois, impulsionada pela participação da equipa em várias competições de empreendedorismo e programas de aceleração, como a Arrisca C, o INEO-Start, promovido pelo Instituto Pedro Nunes, o Lisbon Challenge, organizado pela Beta-i e patrocinado pela Caixa Capital. Foi de resto nesta competição que a equipa conseguiu um lugar entre os dez melhores projetos que lhe permitiu o acesso a recursos que viabilizaram a sua aborgadem ao mercado global. Para os empreendedores, a empresa que criaram é o melhor dos exemplos do crescimento do ecossistema empreendedor português ao longo dos últimos anos e a prova de que ideias simples podem constituir grandes projetos.
A doDOC nasceu a partir de uma necessidade dos seus três fundadores, orientada para a resolução de um problema comum à maioria dos alunos de doutoramento: preparar documentos para publicação científica. “A complexidade de todo o processo, associado ao tempo despendido despertaram o nosso interesse em resolver este problema. A análise do mercado que se seguiu permitiu identificar o potencial da aplicação da tecnologia que desenvolvemos na gestão documental de indústrias altamente reguladas”, relembram os fundadores. A doDOC permite que as empresas se concentrem apenas no conteúdo dos seus documentos, quando criam e partilham documentos profissionais de elevado grau de complexidade, e propõe acelerar processos de preparação documental. Como? “A doDOC usa inteligência artificial para importar de forma automática e desconstruir documentos nos elementos que se encontram na sua estrutura. Através da indexação de todos os dados, o doDOC transforma informação até agora inacessível e inútil em informação pesquisável, reutilizável e fácil de gerir, tudo numa única plataforma”, realçam acrescentando que o sistema permite criar novos documentos e editar os antigos, usando um interface intuitivo onde todos os aspetos técnicos associados ao processo de preparação de documentos profissionais são automatizados.
A empresa está a iniciar a entrada no mercado pela aposta em empresas farmacêuticas e de biotecnologia bem como hospitais e universidades. Organizações que produzem um grande volume de documentos de elevada complexidade regulatória. Para Carlos Boto, um dos fundadores, “o investimento da Techstars é uma validação do enorme potencial do nosso negócio e do valor da tecnologia desenvolvida pela doDOC”. A doDOC está em expansão e à procura de talento que suporte a fase de rápido crescimento iniciada com o investimento da Techstars. A aposta na internacionalização desde o primeiro momento e na oferta de um produto tecnológico reconhecido como de “elevado valor” garantiram à equipa entrada no mercado mais competitivo a nível mundial, os Estados Unidos da América.
BI Empresarial
Promotores:
Carlos Boto, 29 anos
Federico Cismondi, 33 anos
Paulo Melo, 30 anos
Área de formação:
Toda a equipa fundadora da doDOC é doutorada em Sistemas de Engenharia pelo programa MIT Portugal. Os três elementos somam experiência académica em várias instituições de ensino e um currículo profissional consolidado em vários países.
Data de criação:
Fevereiro de 2014
Empregos criados:
Cinco, mas a empresa está em processo de recrutamento.
Público-alvo:
A doDOC trabalha maioritariamente com empresas farmacêuticas, mas o seu público alvo engloba todas as empresas que operem em contextos altamente regulados e que sejam obrigadas por lei à entrega de documentação específica com base em processos empresariais e desenvolvimento de produto.
Estratégia de gestão:
“Priorizar todas as tarefas”, revela a equipa.
Perspetivas futuras:
A empresa deverá manter no seu mercado de entrada, não sendo de prever a diversificação da atividade para outras áreas. O crescimento da empresa deverá, contudo, conduzir à entrada de novos parceiros estratégicos que possam adicionar valor à doDOC.
Página online:
www.dodoc.com