O primeiro ano do doutoramento de Rui Silva foi feito em Portugal, no Instituto Superior Técnico. Em agosto partiu para a Carnegie Mellon University, em Pittsburg (Estados Unidos), onde nos próximos dois anos estará a conduzir a sua investigação na área da robótica e inteligência artificial. É um dos alunos bolseiros do Programa Carnegie Mellon University (CMU Portugal), financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), que desde a sua criação já apoiou mais de 120 alunos e tem novamente candidaturas abertas para a atribuição de bolsas de doutoramento de grau dual para o ano letivo de 2016/2017.
Os doutoramentos do programa CMU Portugal garantem a atribuição de dois diplomas, um de uma universidade portuguesa e outro da Carnegie Mellon University (CMU), e cobrem um conjunto alargado de áreas de investigação: Robótica, Engenharia Informática, Ciência de Computadores, Engenharia Eletrotécnica e de Computadores, Tecnologias da Língua, Matemática Aplicada, Mudança Tecnológica, Empreendedorismo, Engenharia e Políticas Públicas.
Para João Claro, diretor nacional do Programa CMU Portugal, este duplo reconhecimento “é uma das características distintivas do programa, mas é sobretudo uma enorme vantagem para os alunos nos seus percursos académicos e profissionais”. Mas há outras. Todas as bolsas atribuídas no âmbito deste projeto funcionam em articulação com as Iniciativas Empreendedoras de Investigação do programa, “projetos de investigação em que o desenvolvimento de conhecimento se integra estrategicamente com a criação de soluções para problemas concretos, com impacto social e económico”, explica. Outra das mais valias elencadas pelo responsável e pelos participantes está relacionada com a integração na comunidade científica da CMU, já que permite “abrir muitas portas para redes internacionais de investigação”.
Orientação para a excelência
Rui Silva reconhece-o ao admitir que o doutoramento lhe oferece um conjunto alargado de capacidades que “irão abrir várias oportunidades futuras”. A possibilidade de poder trabalhar com duas universidades de topo - IST e CMU - “tirando partido das mais valias de cada uma delas” é também apontada pelo doutorando como uma mais-valia. Bernardo Toninho, antigo bolseiro do programa, partilha da mesma opinião. Passou dois anos nos EUA a produzir investigação e reconhece que “o ambiente é particularmente propício para produzir trabalho de excelência”.
Os prazos para a submissão de candidaturas para as bolsas CMU decorrem de forma faseada, consoante as áreas de investigação, até 15 de dezembro, 1 de janeiro e 15 de janeiro. Em simultâneo, estão também a decorrer até 30 de novembro, as candidaturas para o Programa de Estágios de Investigação e o Programa de Intercâmbio de Docentes, que permitirão a estudantes, investigadores e docentes portugueses fazer investigação na CMU, em Pittsburg ou Silicon Valley, nos Estados Unidos.