Marisa Antunes
SÃO os maiores empregadores do país e, no conjunto, as cinco
empresas têm mais de 50 mil trabalhadores. A crise pouco afecta
a Modelo/Continente, a PT Comunicações, os pontos de venda
da Pingo Doce, a Securitas e a CP por isso são boas as perspectivas
de crescimento e de mais contratações a curto prazo.
Na PT Comunicações, a segunda maior empregadora
do país com 13.800 trabalhadores (só em Portugal), a época
de recrutamento começa daqui a dois meses. «Contratamos
anualmente entre 200 a 250 pessoas, a esmagadora maioria licenciados
nas áreas tecnológicas, de Engenharia, Economia e Gestão.
A maior percentagem dos recrutamentos ocorre em Novembro e são
feitos através de 'road-shows' nas universidades»,
adiantou ao EXPRESSO Luís Moura, director dos recursos humanos
para o Grupo PT.
A empresa de telecomunicações prefere os recém-licenciados
da Universidade Católica, Nova, Instituto Superior Técnico
e ainda das universidades do Minho e Aveiro. «As necessidades
da PT mudaram muito desde a sua privatização. Actualmente
vendemos soluções tecnológicas, por isso precisamos
de pessoas com bons conhecimentos nesta área, com formação
superior e uma visão muito ampla de gestão»,
resume o responsável. Os escolhidos passam por um estágio
que pode durar de seis meses a um ano. Caso sejam aprovados entram directamente
para o quadro de efectivos.
Na Pingo Doce, da Jerónimo Martins, só nos primeiros oito
meses do ano, o número de contratações já
ultrapassou a barreira dos 1000, uma média de 125 por mês.
«Abrimos este ano dois novos supermercados, um em Santarém,
outro em Leça da Palmeira. Mas uma grande parte destas contratações
deve-se à elevada rotatividade de pessoal que existe no sector
de distribuição alimentar. Temos muitos estudantes e pessoas
que trabalham em 'part-time' que depois arranjam outro tipo de emprego»,
explica Ana Vidal, directora de comunicação do grupo Jerónimo
Martins, que só no Pingo Doce emprega 8622 pessoas. Recordista
em Portugal no número de empregados, a Modelo/Continente dá
trabalho a 15.191 pessoas. «No entanto, o universo Sonae Distribuição,
onde se incluem a logística e os centros de fabrico, ascende
a 23.300 colaboradores, só em território nacional»,
pormenoriza Rosário Pinho, responsável pela comunicação.
Apesar de não quantificar, Rosário Pinho admite que «a
curto e a médio prazo, a concretizarem-se mais aberturas de lojas,
conforme está previsto, prevê-se que ocorra um aumento
relevante do número de colaboradores». Só para
o Modelo, a Sonae já tem aprovadas mais 24 licenças, que
vão juntar-se aos 74 supermercados já existentes.
Na Securitas, o quarto maior empregador do país com mais de 7000
trabalhadores, as contratações decorreram a bom ritmo.
«Desde o início do ano, entraram para a Securitas 105
pessoas. Pensamos que as contratações irão decorrer,
num futuro próximo, de acordo com o crescimento dos nossos negócios»
especifica Firmino da Fonseca, director do serviço de «marketing».
Cerca de 80% das contratações são para a área
da vigilância e 20% distribuem-se pelas restantes áreas
da empresa, onde se incluem a segurança electrónica e
os alarmes para bancos, empresas e casas particulares, os sistemas de
detecção de incêndios ou os circuitos fechados de
televisão. O recrutamento é feito através dos currículos
que chegam à sede ou a uma das dez filiais da empresa, por carta
ou no «site».
A CP - Caminhos de Ferro Portugueses selecciona os candidatos à
empresa através das inscrições no seu "site"
na Net ou de anúncios nos jornais. Entre Janeiro e Julho deste
ano, a transportadora contratou para os seus quadros cerca de 30 colaboradores.