Desde maio que está em pleno funcionamento e possibilita ao mercado nacional um novo modelo de reprocessamento de dispositivos médicos. O CENES resulta de um investimento inicial de dois milhões de euros e segundo Sílvia Ribeiro, gestora operacional da unidade, “é o primeiro centro certificado ISO 13485:2004 em Portugal a disponibilizar um serviço de esterilização em regime de outsourcing”. A capacidade inicial instalada do centro é de 30.725 unidades técnicas de esterilização, o equivalente a uma capacidade mensal de 1,5 milhões de litros de esterilização. Para atingir a plena utilização desta capacidade, o CENES terá de acrescentar aos atuais 20 elementos que já emprega mais dez até ao final do ano.
“Sendo um centro de referência nos domínios da inovação e tecnologia, o CENES irá potenciar o desempenho das unidades de saúde, através da redução dos seus custos e da contribuição para a melhoria da prestação integrada de cuidados de saúde”, explica Sílvia Ribeiro. Para já, o centro está preparado para atuar junto de todas as unidades de saúde, públicas ou privadas, num raio de operação de 60 Kms. Um potencial que a gestora da unidade quer elevar estando já em marcha um plano de expansão. “Temos um plano para operar em todo o país, com abertura de pelo menos mais três centros: um para a região norte, outro para a zona centro e outros nas ilhas (alguns diretos, outros em parceria)”, explica Sílvia Ribeiro. A responsável confirma também que estão já realizados contactos com vista ao estabelecimento de parcerias internacionais, “sendo de prever também a abertura de um centro em Angola e outro em Moçambique no decorrer dos próximos cinco anos”, refere.
Com 20 postos de trabalho diretos já criados e muitos outros de forma indireta, a expansão prevista para o CENES viabilizará segundo a responsável a criação de 30 a 40 novos profissionais por cada um dos centros previstos. Ou seja, o plano de expansão delineado poderá gerar 120 novos postos de trabalho a nível nacional e pelo menos 80 no estrangeiro. Dez novos especialistas deverão integrar o CENES de Lisboa ainda este ano. Nas novas contratações, a empresa está focada em técnicos operacionais de esterilização, mas também motoristas, técnicos de logística, administrativos da área da saúde e enfermeiros da área de esterilização. “Estamos a gerar emprego direto no sector da enfermagem, na medida em que por cada centro têm de existir no mínimo dois enfermeiros especializados na área de esterilização”, explica a responsável enfatizando o contributo do centro para o combate ao desemprego em áreas ele tem aumentado.
Segundo Sílvia Ribeiro, o CENES não está apenas focado em recrutar profissionais experientes. A especificidade desta área de atividade e as normas rigorosas que a enquadram levaram a empresa a criar um centro de formação especializado na área. A plataforma foi pensada para “formar técnicos especializados e manter os próprios colaboradores atualizados e informados sobre as melhores práticas mundiais e da legislação aplicável”, explica enfatizando que, no caso específico dos enfermeiros, “os profissionais de enfermagem interessados em consolidar conhecimentos nesta área específica da saúde, podem através do centro assegurar novas oportunidades de trabalho”.
A nível global, “a tendência é centralizar o reprocessamento em regime de outsourcing de forma a tirar partido de sinergias e a tornar a operação eficaz e eficiente. Em Portugal, e até à data, as unidades de saúde possuem os seus próprios serviços de esterilização, sendo o SAMS PICS o primeiro a ter dado o passo no sentido das práticas internacionais, estabelecendo uma parceria com o CENES”, reforça.