João Barreiros
UM GRUPO de universidades europeias, entre as quais se
encontra a Universidade de Aveiro, decidiram criar um banco de estágios
em empresas, com o objectivo de fomentar a mobilidade dos estudantes e
a troca de experiências entre as entidades envolvidas.
Ao contrário do que acontecia no tempo dos nossos pais, a grande
multiplicidade de experiências é extremamente valorizada
e potenciadora da criação de emprego.
Além disso, com o crescente envolvimento dos países europeus,
a mobilidade é cada vez maior, e a oferta de trabalho feita pelas
empresas já não se destina exclusiva ou principalmente
aos cidadãos oriundos do país onde ela se encontra.
O banco de estágios apoia-se num sítio da internet (www.infostages-job/speed)
através do qual se pretende fazer a ligação das
três partes envolvidas: universidades, empresas e candidatos:
"os jovens em formação e as empresas são
o público pelo qual a rede europeia garante a conformidade entre
a oferta e a procura", explicam os promotores deste projecto,
que tem apoiado pelo programa comunitário Leonardo da Vinci.
As seis universidades criaram "uma estrutura comum de acolhimento
de estagiários, com um tronco comum e ramificações
nacionais":
a Universidade de Montpellier (França), a Universidade de Barcelona
(Espanha), a Universidade de Turim ENAIP (Itália), a Universidade
de Aveiro (Portugal), a Universidade de Heidelberg (Alemanha) e a Universidade
de Klaipeda (Lituânia).
Mas, até agora, qualquer estudante pode aproveitar a oportunidade
de beneficiar de um estágio laboral no estrangeiro através
do projecto Speed, que não é exclusivo para os estudantes
ou ex-estudantes das entidades envolvidas.
Enriquecer com mobilidade
Na opinião dos organizadores desta iniciativa, são muito
grandes os benefícios de quem pode ter a experiência de
trabalhar numa empresa estrangeira. Essa experiência valoriza
o estudante:
"Currículo enriquecido, prova de mobilidade, de abertura,
de aprendizagem de uma língua estrangeira, para os centros de
formação certamente que internacionalização
da economia e do social implica necessariamente experiências no
estrangeiro".
Segundo Luís Gomes, um dos coordenadores do projecto Speed na
Universidade de Aveiro, "o objectivo é promover estágios
para estudantes e para licenciados no espaço europeu",
estando esta iniciativa a gerar alguma expectativa nas escolas desta
instituição portuguesa.
"Em Outubro o projecto conhecerá uma nova fase, com o
encontro de todos os parceiros, em Aveiro". Nessa altura o
número de entidades envolvidas deverá subir para dezoito,
mostrando que o Speed tem espaço ainda para crescer.
As instituições de ensino superior envolvidas têm
um trabalho central em todo o processo, sendo elas que garantem a pré-selecção
dos currículos e dos próprios estudantes.
Além disso pretendem facilitar a vida dos candidatos apurados,
proporcionando "um ambiente positivo para a realização
dos estágios, prestando apoio nas formalidades administrativas,
na recepção dos estudantes no país de acolhimento,
no alojamento, nos objectivos a cumprir no estágio e na sensibilização
das empresas para a chegada dos estudantes".
A participação das empresas é feita "on-line",
sendo depois validada por um dos parceiros envolvidos neste projecto.
A partir dessa altura a empresa pode realizar ofertas de estágio,
para os quais serão propostos candidatos acreditados pelas entidades
coordenadoras.
O encontro entre as três partes é feito num "chat"
privado (realizado no sítio Speed), em que será avaliado
o domínio da língua por parte do candidato e efectivada
a sua escolha.