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Alemanha tem 400 mil vagas de emprego

Alemanha tem 400 mil vagas de emprego

A Alemanha é o novo destino de oportunidades para muitos portugueses. Só no site da EURES há, segundo a Câmara de Comércio e Indústria Luso-Alemã, 400 mil ofertas de emprego disponíveis para o país que luta para colmatar uma grave carência de profissionais qualificados. Um número que cresce no site da Arbeitsagentur, o equivalente alemão ao IEFP nacional. Aqui há emprego para portugueses qualificados.
24.11.2011 | Por Cátia Mateus


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Engenheiros dos mais diversos ramos, enfermeiros, médicos, professores, profissionais ligados aos transportes, à hotelaria e turismo e muitos outros especializados em áreas como a metalomecânica, canalização, mecânica, eletricidade e soldadura estão na mira das empresas alemãs que procuram cada vez mais no mercado internacional perfis técnicos qualificados que não conseguem formar nas suas academias. Só a Bosch quer contratar a breve prazo 200 engenheiros. Um número a que se somam centenas de outras vagas de empresas que encontram em Portugal, uma sólida e qualificada rede de candidatos já muito voltada para o mercado internacional e apta a ajudar a economia alemã a progredir. “No site da rede EURES estão atualmente mais de 400 mil ofertas de emprego disponíveis para o mercado alemão, embora este número esteja em constante atualização e existem ainda as ofertas do site da arbeitsagentur.de que são muitas mais”, garante Hans-Joachim Böhmer, diretor executivo da Câmara de Comércio e Indústria Luso-Alemã (CCILA). Segundo o responsável, “a Alemanha depara-se com um problema sério ao nível da contratação de quadros qualificados, sobretudo de mão-de-obra qualificada nos sectores produtivos, para o qual contribuíram dois fatores: a recuperação da economia alemã e a evolução demográfica que se verifica no país, com o crescente envelhecimento da população que não permite a substituição natural dos quadros mais antigos”. Uma situação que segundo um estudo do Arbeitsagentur (o equivalente ao Instituto do Emprego e Formação Profissional português) se poderá agravar nos próximos anos já que o país deverá passar dos atuais 45 milhões de pessoas empregáveis para 27 milhões, em 2050. Uma redução que será mais contida nos próximos anos, mas que irá acelerar de forma drástica a partir de 2020. Neste estudo, explica Hans-Joachim Böhmer, “foram apresentadas dez medidas concretas para fazer face à falta de quadros, entre as quais estava a contratação de profissionais em países onde estes estivessem em excesso. Outras medidas seriam a reintegração de reformados e de mães que tinham abandonado a carreira e uma redução do abandono escolar”. Mas não será suficiente. A Alemanha continuará a precisar de importar profissionais qualificados e os portugueses têm vindo a demonstrar interesse neste mercado que pode assegurar condições muito aliciantes. Pedro Passas da Cunha, fundador da agência de recrutamento low cost One, realça que entre os principais aliciantes das empresas alemãs estão as excelentes condições salariais que oferecem, bem como um nível de vida superior “o que faz com que a maioria dos nossos profissionais desempregados e mesmo os empregados estejam dispostos a mudarem de vida”, explica. Segundo Passas da Cunha, “a remuneração média bruta varia de sector para sector. No turismo/ hotelaria e restauração, onde se praticam os salários mais baixos, o salário bruto médio é de 1900 euros, já em empresas de grande consumo, os salários rondam os 4000 euros”. Valores parcialmente corroborados pelo diretor executivo da CCILA que refere que “o salário médio bruto na Alemanha é de 3.450 euros, embora seja bastante variável em função da profissão, da experiência e das tarefas a desempenhar”. Os diversos ramos da engenharia, com exceção da civil e do ambiente, são os que mais têm necessidade de recrutar quadros qualificados. Mas, segundo Hans-Joachim Böhmer, há oportunidades noutras áreas que permitem um enriquecimento da carreira além de representarem ocasiões únicas para adquirir novos conhecimentos no contexto de uma cultura diferente. Regra geral, os profissionais lusos estão bem vistos no mercado alemão pelo seu espírito de viajantes e capacidade de adaptação a ambientes diversos, e dedicação ao trabalho, mas a falta de conhecimento da língua ainda é um dos principais obstáculos. A quem aproveitar uma oportunidade de emprego neste país, é fundamental cumprir alguns requisitos (ver caixa) e pesquisar sistematicamente as ofertas de emprego disponíveis nos sites da especialidade. Frequentar um curso intensivo de alemão pode ser também uma grande ajuda para eliminar o obstáculo do idioma. Dicas & Obrigações Legais Para trabalhar na Alemanha o primeiro grande requisito que qualquer candidato deve cumprir é possuir formação profissional. E nesta matéria, tal como em Portugal, o candidato só deve mesmo concorrer a uma colocação se as suas habilitações estiverem de acordo com o solicitado pela empresa. Segundo a Câmara de Comércio e Indústria Luso-Alemã (CCILA), a maioria das profissões não exige um reconhecimento especial para poder ser exercida no país. No entanto, como os potenciais empregadores não têm conhecimento de todos os cursos e qualificações que podem ser adquiridos noutros países, a CCILA aconselha a que os candidatos solicitem uma “avaliação de certificado” (Zeugnisbewertung) à Central de Ensino no Estrangeiro, que efetua esse serviço desde 2010, para particulares licenciados no estrangeiro. Ainda que o serviço não seja gratuito, será útil para quem procura uma oportunidade laboral na Alemanha. A equivalência de habilitações é outro dos cuidados a ter na altura de preparar a abordagem a este mercado. Na Alemanha há cerca de 60 profissões que exigem um reconhecimento oficial, antes de poderem ser exercidas por cidadãos com formação no estrangeiro. Médicos, enfermeiros e professores são alguns dos profissionais que podem ser limitados por esta lista que pode ser consultada em www.anbin.de. Os portugueses que desejem exercer profissões de reconhecimento obrigatório devem dirigir-se ao serviço público ou à associação profissional competente. O conhecimento linguístico é também determinante. Para a grande maioria dos empregos disponíveis são imprescindíveis conhecimentos de alemão e o domínio perfeito do idioma é uma clara vantagem profissional, sobretudo para as profissões que implicam um contacto direto com o público. Em função do cargo, pode também ser necessário um conhecimento técnico do idioma. Mas para profissões como motorista, trabalhadores do sector hoteleiro e da área das tecnologias de informação, um domínio perfeito e fluente do inglês é suficiente. Enquanto cidadãos europeus, os trabalhadores portugueses podem viver e trabalhar livremente na Alemanha sem autorizações especiais, mas é fundamental que antes de emigrar ou pensar em trabalhar na Alemanha, qualquer candidato se informe sobre a cultura e os costumes do país, bem como o funcionamento da sua economia. É também importante não negligenciar a recolha de informações sobre o potencial empregador, a atividade da empresa e as condições de trabalho que oferece. Caso decida avançar nesta nova etapa de vida, é fundamental que assegure que a empresa para a qual vai trabalhar cumpre todos os requisitos necessários, que terá um contrato de trabalho individual ou coletivo devidamente assinado e que a organização inscreve os seus trabalhadores nas instâncias devidas, como sejam a Segurança Social.


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