Vítor Andrade
VÁRIOS leitores entraram em contacto comigo nas duas últimas semanas, em resposta aos dois últimos artigos que aqui escrevi. Um falava da pobreza e da falta de visão das nossas elites dirigentes e outro dos empregos que o Governo poderia criar (e não cria) na fileira florestal.
Desiludidos com o país, muitos leitores confessaram encarar seriamente a hipótese da emigração.
Como não tive oportunidade de responder a todos, aqui fica um pequeno desabafo: perante tamanha conjugação de adversidades — como a crise económica, o avolumar de casos de corrupção, a evidente falta de governação eficaz, a ausência de profissionalismo em muitos sectores de actividade e o flagelo dos incêndios — só podemos ter duas atitudes: zarpar, deixar o país ou, por outro lado, ficar e, cada um à sua maneira, fazer o melhor que souber e dar um contributo para ajudar a inverter a situação. Eu já decidi: opto pela segunda.