Opera a partir de Coimbra mas a sua ambição é mais do que internacional, é espacial. A Active Space Technologies nasceu “incubada” na Agência Espacial Europeia (ESA), fruto da ligação dos seus fundadores à agência mas sempre foi claro para a equipa liderada por Ricardo Patrício, atual CEO da Active Space Technologies, que a cidade de Coimbra, viveiro de talento académico, seria a o local ideal para sediar um projeto orientado para as indústrias aeroespacial e aeronáutica. É de resto a proximidade ao meio académico e o benefício gerado pela interação entre as universidades e a empresa que sustenta parte do sucesso de um negócio onde 95% da faturação anual provém de clientes estrangeiros. A empresa desenvolve produtos e protótipos únicos, concebidos à medida dos clientes, em áreas que requerem fortes competências de engenharia mecânica e eletrotécnica e uma certificação de qualidade muito rigorosa, pela utilização final dos seus produtos: o sector aeroespacial e nuclear. A atração e retenção de talento é vital na empresa e por isso, a empresa criou este ano a Active Space Academy, uma estrutura que além de melhorar a ligação entre o meio empresarial e académico, permitirá identificar novos gurus da indústria aeroespacial.
“O projeto Active Space Academy baseia-se na nossa vontade de criar uma ligação estreita às universidades e outras instituições de ensino nas áreas em que trabalhamos”, explica Susana Boavida, responsável de Recursos Humanos e Marketing da Active Space Technologies. Entre os objetivos do programa a diretora elenca a sua orientação para proporcionar aos jovens universitários (ainda estudantes ou já recém-licenciados) um contacto mais próximo e privilegiado com a realidade empresarial. Há muito que a empresa desenvolve com regularidade programas de estágio, palestras e competições académicas, envolvendo-se também na participação de eventos académicos. A academia criada este ano é pois uma forma de centralizar e estruturar todas estas ações.
Desde a criação da Active Space Academy a empresa já acolheu seis estagiários e o número deverá continuar a aumentar. Susana Boavida confirma a intenção da empresa em reter os melhores talentos que foram identificando, mesmo que a integração não seja imediata à realização do estágio. “O nosso objetivo é tentar captar os melhores recém-licenciados para integrarem a equipa. No entanto, até ao momento, acolhemos estudantes em fase de prossecução de estudos. Temos já casos de estudantes que foram pré-selecionados para fazer tése de mestrado na Active Space no próximo ano letivo (2015/2016) e caso seja do interesse de ambas as partes podem vir a ser integrados na equipa”, explica.
Os estágios na empresa podem durar três meses, um ano (no caso dos estudantes que realizem a sua tese de mestrado associados à empresa) ou quatro anos (para alunos de doutoramento). Seja qual for o percurso há um foco comum em todos: os alunos são imediatamente envolvidos na atividade da empresa. É disso exemplo o mais recente projeto da Active Space Technologies. “Estamos a conduzir um projeto de investigação e desenvolvimento na área da instrumentação espacial, totalmente desenvolvido por alunos de várias áreas de especialização – engenharia mecânica, eletrónica, informática, física e de materiais -, cujo objetivo é o desenvolvimento de uma antena dipolar elétrica para observação da terra e missões planetárias”, explica. Susana Boavida reconhece que o projeto é ambicioso, tanto mais que reunirá alunos de diversas universidades e seguirá os passos mais importantes da instrumentação espacial, desde o estudo de conceito e avaliação integrada de requisitos até ao lançamento do modelo de voo (órbita terrestre e planetária).
Com um programa de recrutamento permanentemente ativo e sustentado no contacto com universidades e em candidaturas espontâneas , a Active Space Technologies soma 25 quadros na sua equipa e tem vindo a aumentar a sua estrutura a um ritmo de 20% ao ano. Na seleção de candidatos, a diretora de recursos humanos dá prioridade à excelência das suas competências técnicas e pede um nível de inglês muito acima da média, pela vocação internacional que a orienta. Até ao final do ano serão contratados seis novos engenheiros, com perfis na área da engenharia mecânica e eletrotécnica, distintos graus de senioridade e experiência nos sectores aeronáutico e aeroespacial.