A opção do 'e-learning'
O ensino via internet vai ajudar à reconversão profissional dos desempregados
05.05.2006
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Manuel Posser de Andrade
Os desempregados e trabalhadores da Administração Pública estão na mira das empresas de soluções de formação por «e-Learning». A aposta neste segmento prende-se com as actuais intenções políticas de apostar na reconversão dos desempregados e na formação de trabalhadores da Administração Pública Central a um custo mais baixo para o Governo.
«Estamos a participar em vários concurso da Administração Pública para fornecer soluções vocacionadas para a reconversão de desempregados», refere Célia Reis administradora da Global N, uma empresa do grupo Altran que actua no mercado de «e-Learning» desde 2002.
Apesar de não poder referir os organismos que em breve vão apostar neste tipo de formação, a responsável salienta a recente legislação que vincula as empresas a aumentarem o número de horas de formação. Por enquanto, tem sido o sector privado o pioneiro na adopção das plataformas tecnológicas de ensino à distância, nomeadamente as empresas de telecomunicações e banca que «têm uma noção muito competitiva do mercado onde operam e sempre à frente das novas tecnologias», comenta a responsável da Global N.
Esta empresa é, por seu turno, parceira da nacional SumTotal, líder global de soluções de «e-Learning», com mais de 1500 clientes e 17 milhões de utilizadores a nível mundial. Mas quer no sector público quer no privado, a formação por «e-Learning» em Portugal tem tido uma adopção abaixo das expectativas e os desafios que agora se colocam são cada vez mais de ordem cultural: por um lado «em cada mercado há diferentes estilos de aprendizagem e as motivações são diferentes. Depois há tipos de conteúdos que se absorvem melhor sozinhos e outros em grupo. Em Portugal faz sentido apostar em soluções mistas de ‘e-learning' juntamente com a formação presencial, conhecidas como ‘blended learning'», comenta Keith Smith vice-presidente da SumTotal para o mercado da Europa, Médio-Oriente e África.
Por outro lado, é necessário fazer uma gestão da mudança adequada no seio da empresa: «no mercado português não se pode ter um discurso penalizador para a formação, mas sim motivador», indica Célia Reis, acrescentando que «há que motivar os empregados das empresas a aceitarem formação fora dos horários de trabalho pois é preciso convencê-los que para melhorar há que fazer um esforço».
Uma estratégia possível é associar a evolução profissional dentro do contexto da família fornecendo conteúdos mais generalistas, como aprendizagem de línguas estrangeiras a toda a família do trabalhador.
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