É assumidamente contraproducente, mas de acordo com a plataforma de gestão de carreira Careerealism.com, mais de 50% dos profissionais desempregados candidatam-se a funções para as quais não estão qualificados. Uma estratégia que para Jeanine Tanner O'Donnell, CEO e fundadora da plataforma, está longe de ser acertada. A especialista aconselha os profissionais em situação de desemprego a pararem de “disparar em todas as direções” e a focarem a sua orientação em tornarem-se “mais contratáveis”. E assegura que há apostas que garantem bom retorno.
A primeira convicção que qualquer profissional em situação de desemprego deve ter é de que para chamar a atenção dos recrutadores deve manter as suas competências alinhadas com as necessidades e exigências do mercado, para a sua função ou para outras onde exista maior número de oportunidades. Seja para quem quer regressar ao mercado voltando a trabalhar na sua área de experiência, ou para quem decide começar do zer e trilhar novos caminhos, atualizar competências é sempre uma boa estratégia. O site aconselha os candidatos a dedicarem uma parte do seu dia a atualizarem competências, seja através da formação em sala ou beneficiando da vasta oferta de cursos online disponíveis em várias áreas (alguns até gratuitos), e-books, tutoriais e vídeos. Para quem já detém o conhecimento teórico mas necessita de praticar, o principio é o mesmo: dedique parte do seu dia a aperfeiçoar a técnica. “A atrofia de competências é uma preocupação para os gestores de recursos humanos. É fundamental que os candidatos no desemprego se preparem e não se deixem ultrapassar pela desatualização”, destaca o portal.
Uma boa maneira para se manter ativo e até aperfeiçoar técnicas e conhecimentos, é exercer voluntariado. Há vários programas disponíveis em várias áreas. “Ao oferecer o seu conhecimento como voluntário, associando-se a um projeto ou associação, estará a manter atualizadas as suas competências enquanto enriquece o seu currículo” destaca o Careerealism.com enfatizando que “os voluntários aumentam as suas hipóteses de serem contratados, se forem estratégicos na escolha dos projetos a que se associam”. Um dos fatores que poderá potenciar esta aproximação ao mercado é o o alargamento da sua rede de networking que qualquer candidato gera por estar ativo, ainda que numa atividade pro bono, e que não consegue cimentar estando parado em casa somente a enviar currículos.
Cimentar e ampliar este networking é outra das estratégias que deve consolidar se quer regressar rapidamente ao mundo do trabalho. Recupere contactos antigos (sejam antigos professores ou colegas de faculdade, antigos chefes ou colegas de trabalho) e acrescente novos à sua lista. Atualize os seus conhecimentos. Grande parte das oportunidades de emprego chegam por essa via.
Pode também aproveitar a sua paragem profissional para desbravar caminho como freelancer. “Muitos desempregados não colocam sequer a hipótese de trabalhar de outra forma que não seja a tempo inteiro e com contrato, mas trabalhar em regime de freelancer pode ser uma oportunidade de promover as suas competências, ampliar o seu currículo, rede de contactos profissionais e até a sua confiança no seu desempenho profissional”. Pode ainda ser uma boa forma de testar as suas competências e perfil empreendedor.
Neste processo de aproximação ao mercado deve também apostar na criação e consolidação de uma presença online. Seja cuidadoso na forma como atua na rede, mas marque presença. Blogues, perfis de redes sociais profissionais e todas as interações online podem ser boas montras para se aproximar dos recrutadores. Nas redes sociais liga líderes de opinião e decisores, perceba do que falam, conheça as suas opiniões e partilhe com eles as suas ideias e sugestões. A proatividade continua a ser uma ferramenta de ouro para no mercado de trabalho.