“O mercado das Tecnologias de Informação é marcado por uma grande assimetria entre a oferta e a procura, que o torna completamente candidate driven”. Por outras palavras, garante Célia Vieira, managing director da Novabase Neotalent, a unidade de negócio de IT staffing (contratação tecnológica) da Novabase, “é o candidato quem decide quem quer ouvir e cabe às empresas serem diferentes e ter a melhor proposta de valor para os conseguir atrair”. Esta e outras características do mercado de trabalho no sector levaram a tecnológica a repensar a sua posição no início deste ano, e iniciar um processo de reposicionamento onde o mercado internacional tem papel de destaque. Fruto da nova estratégia, a Novabase Neotalent recrutou 400 profissionais altamente qualificados nos primeiros nove meses do ano e antes do fecho de 2016 deverão ainda entrar na empresa 150 novos talentos. Contas feitas, a tecnológica assegura em 2016 a criação de 550 postos de trabalho.
As novas formas de relacionamento entre candidatos e recrutadores impuseram ao mercado novas regras. “Os canais são mais rápidos e diretos, mas muito transparentes, expondo muito mais aquilo que empresas e candidatos são”, explica Célia Vieira. Este processo é tão mais importante num sector como as tecnologias de informação onde o recrutamento é cada vez mais global. “Não existem fronteiras para o talento e o nosso país está particularmente sujeito a esta pressão internacional: formamos excelentes profissionais de IT, que vêem facilmente os seus conhecimentos e experiências remunerados duas ou três vezes mais lá fora do em quem Portugal”, explica a managing directo da Novabase Neotalent que reconhece que “o mercado é cada vez mais global, integra players comercialmente muito agressivos e talento cada vez mais escasso e exigente”.
Este contexto desafiante inspirou segundo a líder o novo posicionamento da Neotalent, “mais global e ambicioso”. Segundo Célia Vieira, ”o foco das soluções da Novabase Neotalent passa por capacitar as empresas com profissionais de excelência, capazes de facilitar a transformação positiva do seu negócio. Para isso conta com o conhecimento de mais de 2500 especialistas que compõem o universo Novabase e metodologias como o Design Thinking, entre outras”. A grande aposta da empresa em matéria de internacionalização é o mercado espanhol onde a Novabase Neotalent já está presente com uma operação que conta com 150 profissionais. O objetivo de Célia Vieira é continuar a explorar novos mercados/geografias e a testar localmente os modelos de negócio mais adequados aos clientes.
O cumprimento destes objetivo passa, naturalmente, pela capacidade da empresa atrair talentos de topo. As 400 contratações formalizadas até setembro deste ano representam segundo a diretora um crescimento de 15% face a 2015. Com 150 recrutamentos para realizar ainda este ano, as prioridades de Célia Vieira vão para profissionais com competências ao nível da programação Java, .Net, consultores de plataformas Outsystems, business intelligence e business analysts. Para 2017, a empresa deverá continuar o ritmo de contratações. Célia Vieira reconhece, contudo, que o bom momento que se vive no mercado tecnológico é também um momento de desafios acrescidos. “Há uma tendência de crescente interesse das multinacionais em optarem por Portugal para localizar os seus centros de nearshore. Esta tendência vai contudo acentuar o gap entre a oferta e a procura de talento, aumentando o turnover e inflacionando os salários, que já são significativamente superiores em IT face aos restantes sectores”, confirma.