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«Investi tudo na música»

16.04.2004


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Fernanda Pedro

CRISTINA Q. sempre teve duas paixões, a música e o turismo. Em pequena desejou ser guia turística e estudou para isso. Tirou o bacharelato em Turismo e a licenciatura em Gestão de Empresas Turísticas no Instituto das Novas Profissões (INP). Trabalhou em várias empresas e chegou a assessora financeira da seguradora Império. Mas nem mesmo uma promissora carreira como gestora a demoveu da sua primeira paixão: a música.


Aliou a sua experiência à formação em gestão e decidiu seguir o seu coração. Desistiu do turismo, dos números e partiu em busca de um lugar na música. Criou a sua própria banda, tornou-se uma cantora internacional e gere a sua carreira. Cristina Q. quer ser a primeira cantora pop portuguesa reconhecida além-fronteiras.

Parte desse sonho já se concretizou, pois o seu nome e talento é reconhecido na Finlândia através da banda finlandesa Merry C. que descobriu Cristina numa noite de Junho de 1999 nas docas de Lisboa.

Depois do convite para ser a vocalista principal, Cristina Q. mudou-se de malas e bagagens para a Finlândia, onde gravou e cantou para os países nórdicos.

Um dos pontos altos da sua carreira aconteceu a 15 de Julho de 2000, quando abriu o espectáculo de Tom Jones na Finlândia. "Foi incrível quando subi ao palco e tinha diante de mim 17 mil pessoas", lembra a cantora.

Apesar de em Portugal o seu nome ser praticamente desconhecido do grande público, Cristina não desiste de procurar um "lugar ao sol" no mundo da música portuguesa. Aposta agora num CD de originais a solo e tem agendado concertos em Espanha, Holanda e Bélgica. Além da sua carreira, a cantora está igualmente disposta a lutar pela música portuguesa e pelos direitos dos artistas lusos.

Depois de ter apresentado uma tese sobre a globalização da actividade económica musical no mundo, no primeiro congresso de músicos em Outubro de 2003, Cristina Q. foi convidada para a direcção da Gestão dos Direitos dos Artistas no departamento Colégio de Intérpretes e para a comissão do Congresso Nacional de Músicos.

Actualmente, a cantora defende os direitos dos artistas em Portugal. "A experiência na Finlândia determinou a minha posição na música no nosso país e a lutar por direitos que não nos são reconhecidos", explica a artista.

Aos 31 anos de idade, Cristina Q. natural de Lisboa, lembra o caminho que percorreu até chegar ao dia em que tomou a decisão de seguir uma carreira na música. Uma actividade que nem sempre trouxe alegrias. Mas para esta cantora, que faz aquilo que mais gosta e que nunca teve vontade de desistir do seu sonho, a música mereceu todos os sacrifícios.

Nem mesmo quando estudava deixou de cantar. Aos 15 anos formou uma banda de garagem, os T.P.C. Quando entrou na faculdade iniciou a tuna do INP, tornando-se a maestrina dos seus colegas.

Mulher dos sete ofícios Cristina Q. nunca recusou nenhum desafio. Depois da tuna, entrou para uma banda de blues, a "Bleusíadas" e mais tarde fez parte da banda rap - Banda Ritmo às Palavras, onde conseguiu o seu primeiro disco de prata.

Mesmo a estudar, a trabalhar e a dar formação sobre produtos financeiros, Cristina Q. conseguiu ainda dar 260 espectáculos durante dois anos por todo o país. Foi nesse período que adoeceu e começou a pensar o que era mesmo importante na sua vida. "Nesta altura tomei uma decisão. Tinha de apostar na minha carreira artística e investi na música", lembra.

Gestora da sua carreira

Terminou a licenciatura mas deixou a Império e dos mil euros mensais que recebia na empresa seguradora passou a ganhar cerca de 200 euros dos espectáculos que dava em bares.

Mas isto foi só nos primeiros sete meses, porque fundou a banda "Splash", percorreu quase todos os bares de Portugal e depressa consolidou a sua carreira na música.

Entretanto, recebe o convite para a Finlândia e durante três anos viajou entre aquele país nórdico e Portugal. Pelo meio fez tourné pela Rússia, Noruega e Suécia com os Merry C. e neste momento encontra-se em Portugal depois de um interregno da banda finlandesa por dois anos.

Com um estúdio montado em sua casa, a artista está neste momento a trabalhar no seu CD e continua a cantar com os Splash.

Cantora, letrista, compositora, professora de canto, Cristina Q. aposta forte na sua carreira, sem intermediários, pois tudo é gerido por ela e "tenho a certeza de que sou feliz com aquilo que faço". A caminho da realização profissional, Cristina sabe que para triunfar é necessário 10% de talento, 90% de suor e sorte q.b.





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