Fernanda Pedro
Para Viriato Barreira director de RH da NextiraOne, oportunidades
de emprego não caem do "céu", por isso as pessoas
devem-se esforçar para que elas aconteçam. Pondo em prática
essa teoria este profissional decidiu mudar de área e foi bem sucedido
POR VEZES, uma "pontinha" de sorte é importante para
que uma carreira profissional seja bem sucedida. Mas além deste
factor é necessário construir algumas oportunidades. Para
Viriato Barreira, 33 anos, director de Recursos Humanos (RH) da NextiraOne
Portugal (antiga Alcatel E-Business), essa tem sido a chave do seu sucesso.
Um pouco de sorte, aliada ao desejo de conquistar o seu lugar no mercado
de trabalho, levou-o a tomar algumas decisões que mudaram por completo
o rumo da sua vida. De técnico de electrónica, passou a
técnico de informática e de analista chegou a director de
RH, tudo isto na empresa que o acolheu e viu crescer como profissional.
Do curso técnicoprofissional em electrónica, tirado na Escola
Fonseca e Benevides, até à licenciatura em Gestão
de Recursos Humanos na Universidade Lusíada, Viriato Barreira apostou
na formação e decidiu deixar de lado a electrónica
para se tornar um técnico de gestão de pessoas.
"A certa altura da minha vida verifiquei que a área da
electrónica não me satisfazia, foi quando decidi que queria
algo mais que me desafiasse. A resposta chegou através da área
de RH e foi aqui que consegui dar o grande salto da minha carreira",
sublinha o responsável.
A escolha da electrónica ocorreu aos 15 anos e o curso técnicoprofissional
foi o mais apetecido por Viriato Barreira, apesar da oposição
do pai que queria uma licenciatura para o filho.
Três anos depois, o estágio na Alcatel, na divisão
Comunicação de Empresa, aconteceu por um mero acaso quando
o seu currículo foi enviado por um colega por engano e para o qual
foi aceite. Seis meses depois passou para os quadros da empresa.
A sua função era de técnico de telecomunicações,
ou seja, reparava telefones, faxes e computadores. Mais tarde, decidiu-se
informatizar a empresa e Viriato Barreira, por ser um trabalhador interessado
nesta área, acaba por acumular às suas habituais funções
a de técnico de informática.
Entretanto, em 1997 dá-se a fusão da Alcatel Comunicação
de Empresa com a Alcatel Portugal e nesta nova etapa Viriato sentiu que
o seu trabalho não era reconhecido. Nesse momento aproveitou para
investir na formação, "depois de analisar qual o
curso que me atraia mais fora da área de electrónica, verifiquei
que a licenciatura em Gestão de Recursos Humanos era a que mais
me interessava".
No final do curso, Viriato pensou na melhor forma de dar a conhecer a
sua nova área de formação. A solução
passou pela organização das jornadas de Gestão de
RH da universidade, o que chamou a atenção da empresa onde
trabalhava.
A Alcatel acaba por convidá-lo para dirigir a gestão administrativa
de pessoal e de segurança. Mas em Dezembro de 2002 a sua vida iria
mudar. A NextiraOne, que tinha acabado de se formar em Portugal, faz-lhe
o convite para desempenhar as funções de director de RH
da empresa, "aceitei de imediato, porque foi aqui que comecei
a minha carreira", recorda.
A sorte é importante mas não é tudo
De acordo com este profissional, a sorte pode ser um factor importante
para a progressão de uma carreira mas antes de tudo é necessário
criar objectivos concretos e lutar por eles, "porque as coisas
também não caem nas nossas mãos se não nos
esforçarmos para que elas aconteçam. Eu propus-me alcançar
determinados objectivos e esforcei-me para que eles se concretizassem".
Devido a este espírito dinâmico e a uma grande dose de persistência,
Viriato Barreira conseguiu corresponder aos desafios que lhes foram propostos.
Por este motivo considera esta chamada para a NextiraOne um dos momentos
mais altos da sua carreira. A área dos RH tem sido um desafio e
é por isso que está neste momento a frequentar o Mestrado
em Sociologia Económica das Organizações.
Aos jovens que estão a começar uma carreira, este especialista
aconselha que "sejam bons profissionais, mesmo que não
gostem do que estão a fazer. Se as empresas entrarem em crise ficam
os melhores mas se quiserem sair também têm mais oportunidades.
Não devemos nunca esquecer que actualmente nada é seguro
e por esse motivo devemos ser responsáveis pela nossa empregabilidade".