Maribela Freitas
O DESAFIO existente no desenvolvimento de um novo projecto
é aquilo que mais motiva Carlos Filipe Lemos na sua actividade
profissional.
Ao longo da sua carreira nunca virou as costas a um novo trabalho e
envolvendo-se de corpo e alma em todas as funções que
desempenhou. Licenciado em Gestão e Organização
de Empresas, começou a trabalhar ainda durante o curso.
Trabalhou no ramo editorial, assumiu funções de direcção
durante dez anos em empresas do ramo automóvel e mais recentemente,
depois de um período de desemprego, resolveu mudar.
Actualmente, e com 39 anos, investiu num negócio próprio
e tornou-se director-geral da Green Light Portugal, uma empresa da área
da cosmética profissional.
A gestão e organização de empresas surgiu por acaso
na vida de Carlos Filipe Lemos. "A minha paixão era a
engenharia naval. Quando acabei o ensino secundário não
consegui entrar para este curso e lançaram-me o desafio de experimentar
gestão. Avancei e acabei por encontrar uma vocação",
explica.
Este profissional começou a trabalhar cedo, ainda durante a licenciatura.
Quando terminou o curso, foi trabalhar como director financeiro de um
editora e esse foi um dos seus primeiros trabalhos. Como é um
homem que não vira as costas a um desafio, em 1992 foi convidado
para fazer um estudo de viabilidade para uma concessão da Ford.
"Ganhámos e convidaram-me para implementar o estudo.
A Nivelfor arrancou em 1992 e foi um projecto que acompanhei desde o
início e onde vi que a minha vocação estava virada
para a área dos recursos humanos e em fazer as coisas através
das pessoas", frisa Carlos Filipe Lemos.
De 1992 até 1994 foi director administrativo e financeiro da
Nivelfor-Comércio de Automóveis, SA. Desta data até
2000, assumiu as funções de direcção geral
do Grupo Nível - que englobava a Nivelfor, Nivelauto e Nivelchapa
-, período durante o qual desenvolveu e coordenou a fusão
operacional do grupo Nível, bem como a expansão estratégica
da empresa para novas áreas de mercado.
Mais uma vez e no ano de 2000, operou-se uma mudança profissional
na vida de Carlos Filipe Lemos. "Um amigo viu um anúncio
no EXPRESSO que achou que correspondia ao meu perfil. Pediam um director-geral
para uma grande concessão. Acabei por ser escolhido para consolidar
este projecto", refere o responsável da Green Light.
Foi assim que assumiu o cargo de director-geral da C. Santos Veículos
e Peças, SA, concessionária da marca Mercedes-Benz, tendo
consolidado a reestruturação da empresa. Ao fim de três
anos, após ter concluído o projecto da Mercedes e depois
do nascimento de uma filha, decidiu mudar de vida. Deixou a empresa
onde trabalhava e surgiu a oportunidade de comprar um laboratório
farmacêutico. Com a não concretização deste
negócio, ficou desempregado.
"Chegado a esta altura, não queria continuar a trabalhar
no ramo automóvel. Como estava desempregado, coloquei a hipótese
de encontrar um negócio que pudesse avaliar para adquirir",
explica.
Foi assim que este ano comprou a sociedade que representava os produtos
Green Light, uma marca italiana de tratamento e cosmética, dirigida
a um mercado profissional e iniciou mais uma etapa da sua carreira,
desta vez à frente de um negócio próprio.
Na sua vida, Carlos Filipe Lemos assume-se como "um homem de
projectos. O que gosto é de olhar para aquilo que está
no papel e transformá-lo em realidade, é aí que
reside o grande desafio". Assumiu o risco de avançar
com um negócio próprio e até agora está
bastante satisfeito com a sua opção.
Confessa que "não tive medo de arriscar numa mudança
profissional. Nunca estabeleci uma estratégia para a minha carreira,
fui aproveitando sim os desafios que me eram colocados". E
com uma vida profissional tão preenchida, explica que tenta como
em tudo o que faz, manter uma relação de equilíbrio
entre a sua vida de trabalho e a familiar.
Além de ter sempre apostado num crescimento profissional, Carlos
Filipe Lemos nunca descuidou a sua formação académica.
Possui um mestrado em comportamento organizacional, área que
considera "fundamental para perceber as pessoas, nomeadamente
os clientes. Esta é sem dúvida uma mais-valia para a minha
actividade profissional".
Ao nível dos conselhos de carreira Carlos Filipe Lemos considera
que "os jovens devem ter sempre uma postura profissional".