É a organização internacional de advogados amis antiga do mundo e nos seus quase 90 anos de história só teve liderança portuguesa entre 1962 e 1963, quando o advogado Adelino da Palma Carlos foi eleito presidente. Em 2017, o cenário voltará a repetir-se com Pedro Pais de Almeida. O sócio da Abreu Advogados foi agora eleito vice-presidente da organização, cujos estatutos internos prevêem que o vice-presidente assuma a presidência da organização em dois anos. A nomeação é para Pedro Pais de Almeida “um reconhecimento para todos os advogados que falam a língua de Camões”, mas para aqui chegar o novo vice-presidente da União Internacional dos Advogados (UIA) consolidou um percurso de progressão que implicou múltiplas experiências, entre as quais está a área da restauração e um projeto de empreendedorismo ligado ao sector vinícola.
?É advogado de formação, especialista em Fiscalidade, mas a sua atividade profissional nem sempre passou pelo Direito. Em paralelo, Pedro pais de Almeida consolidou um percurso de múltiplas experiências que não hesita em classificar como determinantes para a sua construção pessoal e profissional. O futuro líder da UIA andou por Londres e pela Suíça a “lavar pratos, servir às meses e apanhar cenouras”, relembra. Tinha 17 anos e aproveitava as férias de verão para ganhar dinheiro e experiência de trabalho. Em que é que isso contribuiu para a sua atual posição profissional? Em tudo. “Aprender a começar por baixo, a trabalhar arduamente para conseguir alcançar os objetivos a que me propunha, foram lições fundamentais para me enriquecer como pessoa”, reforça. ?
Já formado, com 26 anos, teve a sua primeira experiência de liderança ao criar com o amigo a microempresa Gosto do Vinho que comercializava produtos direcionados para o sector vinícola. Na sua área de formação fundou a sociedade de advogados PACSA que viria, em 2008, a ser integrada na Abreu Advogados. Ao longo dos anos somou cargos de direção em múltiplas associações, entre as quais a UIA. Adepto de um modelo de liderança sustentado no exemplo, onde a delegação de tarefas e funções - “com a premissa de que há responsabilização pelo resultado a atingir” - é prática corrente, o advogado assume como ambição “deixar uma marca na advocacia internacional, enquanto presidente da UIA”.
Para aqui chegar ultrapassou inúmeros desafios e dificuldades com a persistência, rigor e audácia que procura nos jovens advogados da sua equipa. O que mudaria no seu percurso? Praticamente nada, exeto a opção de consolidar uma carreira internacional em Londres ou Nova Iorque, “mas o mundo era muito diferente em 1990. Sem telemóveis e sem internet, as oportunidades que se ofereciam aos advogados portugueses eram muito menores das que hoje existem”, recorda.