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"Não temos uma política de estágios, recrutamos"

Manuel Gonçalves Santos, diretor de RH da Deloitte, explica de que forma a empresa que ajuda a liderar recruta e acolhe os seus novos colaboradores.
21.10.2011 | Por Cátia Mateus


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Só este ano a consultora Deloitte já recrutou 250 novos quadros para as suas várias áreas de negócio, incluindo as necessárias para assegurar o funcionamento do escritório que a empresa detém em Angola. É assim todos os anos. Orgulhando-se da ligação estreita que tem com as mais prestigiadas universidades nacionais, a equipa da direção de recursos humanos da Deloitte, liderada desde 1996 por Manuel Gonçalves Santos, quando a empresa ainda era tinha a designação de Arthur Andersen , começa em outubro a preparar terreno para os novos recrutamentos do ano seguinte. No conjunto de todas as áreas de negócio a Deloitte emprega já em Portugal 1600 colaboradores e Manuel Gonçalves Santos orgulha-se de dizer que “a Deloitte não tem uma política de estágios, recruta”.

O processo de recrutamento de jovens talentos da Deloitte inicia-se logo em outubro de cada ano e visa selecionar os profissionais para serem admitidos em setembro do ano seguinte. Um processo rigoroso e exigente que é desenvolvido em estreita colaboração com as melhores universidades nacionais e que faz com que a empresa tenha um perfil de colaboradores predominantemente jovem mas com elevada qualificação, onde a faixa etária ronda os 28 anos.

“Durante o nosso exigente processo de seleção, os candidatos realizam um conjunto de provas e entrevistas, destinadas a selecionar os perfis mais adequados a cada uma das várias áreas de negócio da empresa”, explica o diretor de recursos humanos. Entre os selecionados estão regra geral finalistas de licenciatura ou mestrado em áreas como a Economia, a Gestão, Finanças, Engenharias e Direito. Ainda que Manuel Gonçalves Santos reforce a ideia de que “a empresa tem sempre lugar para o talento e por isso, apesar destas serem as áreas de maior elegibilidade, pela natureza dos nossos serviços, temos profissionais de outras áreas”.

O diretor de recursos humanos que, confessa, daqui a dez anos imagina-se a dar aulas numa universidade, tem como lema de vida “a vontade, o querer e o trabalho fazem acontecer as coisas” e é este o espírito que procura também nos colaboradores que recruta para a empresa. No seu quotidiano de gestão Manuel Gonçalves Santos não abdica da objetividade e determinação para obter resultados. Uma ferramenta que lhe é particularmente útil nos processos de seleção.
“A perspetiva da Deloitte é encontrar os melhores talentos, independentemente da sua universidade, mas procuramos e somos procurados pelas mais prestigiadas universidades do país e com todas elas temos programas conjuntos de trabalho junto da população universitária”, explica o diretor de RH da Deloitte.

Em matéria de perfil e para lá da sua área de formação, há requisitos base que qualquer candidato a um lugar nesta empresa tem de cumprir. Estabelecer objetivos claros, ser persistente para obter resultados, ter capacidade de antecipação e iniciativa, atuar com pragmatismo e determinação e revelar forte capacidade de trabalho em equipa são competências fundamentais e muito valorizadas por Manuel Gonçalves Santos. O líder assume que os grandes desafios do momento na Deloitte são “integrar e desenvolver os jovens profissionais num contexto de crise económica e adaptar os processos de gestão às expectativas e valores das novas gerações”. Uma conjuntura e uma meta que obrigam a esforços e cuidados adicionais.

Para quem queira conseguir um emprego no atual cenário económico o diretor de RH da Deloitte aconselha a “fixar objetivos, criar e manter uma boa network e não desistir nunca das suas metas”. Importante é, igualmente, “evitar cometer o erro de mostrar não conhecer a equipa a que se está a candidatar na entrevista e revelar falta de capacidade de comunicação e objetivos”, salienta.

Manuel Gonçalves Santos
57 anos
Manager Human Resources da Deloitte

Formação:
É licenciado em Direito pela Universidade de Coimbra e pós-graduado em Gestão de Recursos Humanos.

Percurso:
Tinha 23 anos quando, em 1976, iniciou a sua carreira profissional no então Ministério dos Transportes, na área da gestão de pessoal. Oito anos mais tarde transita para o já extinto Banco Português do Atlântico, onde exerceu funções de gestão de pessoal, essencialmente na zona norte do país. Em 1990, integra a equipa do Barclays Bank, no projeto de lançamento da rede de retalho em Portugal, mantendo-se sempre ligado á área da gestão de recursos humanos. Seis anos depois, recebe um desafio da ex-Arthur Andersen para ocupar o cargo de Diretor de Recursos Humanos, onde permaneceu até 2002 altura em que, fruto das fusões internas de que foi alvo a empresa, assumiu o mesmo cargo na agora Deloitte.

Família:
Casado e pai de um filho.

Hóbis:
Os seus tempos livres gosta de os dedicar à família e a colocar em dia as leituras. Em termos desportivos é um apaixonado pelo desporto rei, jogando duas vezes por semana futebol.

Maior desafio da carreira:
Colaborar na implementação da rede de retalho do Barclays Bank em Portugal e no grande processo de integração de profissionais na Deloitte, em 2002.

Grande desafio profissional:
Manter a Deloitte como a melhor empresa no desenvolvimento pessoal e profissional, formando na prática líderes.

Lema de vida:
“A vontade, o querer e o trabalho fazem acontecer as coisas”.


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