Notícias

"As redes sociais permitem olhar para o background dos candidatos de forma mais pormenorizada"

Em cinco meses de atividade em Portugal a empresa do grupo Adecco, Spring Professional, superou os objetivos que tinha definido para o primeiro ano de atividade. Alexandra Andrade, diretora da empresa de recrutamento, reconhece que a empresa opera num segmento altamente competitido – o dos quadros intermédios, médios e superiores altamente especializados –, mas acrescenta que a dinâmica do mercado associada a metodologias de assessement específicas do grupo, têm potenciado bons resultados. Em entrevista ao Expresso falou do papel das plataformas sociais nos processos de recrutamento e dos sectores que estão a gerar emprego em Portugal.

14.10.2016 | Por Cátia Mateus


  PARTILHAR



A Spring soma cerca de cinco meses de atividade em Portugal. Que balanço faz da sua evolução?
O balanço é bastante positivo, não só em termos de objetivos atingidos mas também no reconhecimento que o mercado tem feito à Spring Professional, que entrou num segmento altamente competitivo: o mercado do recrutamento e seleção de quadros intermédios, médios e superiores altamente especializados. Prevemos terminar o ano 40% acima dos objetivos iniciais, um indicador que revela a boa aceitação que a empresa tem tido nestes primeiros meses. Neste momento a Spring Professional tem cerca de 200 processos de recrutamento e seleção ativos nas áreas de Sales & Marketing, Finance, Engineering e Information Technology a nível nacional.

A que se deve esta dinâmica?
Existem muito bons quadros com elevada expertise técnica, a par de uma boa dinâmica nos sectores em que estamos presentes, o que permite uma boa evolução do negócio. A Spring Professional conta com o forte cross selling comercial com o Grupo Adecco nacional e internacional e com a Spring Professional, que conta já com escritórios na Ásia (Xangai, China, Hong Kong, Tailândia, Malásia, Singapura, Coreia do Sul e Japão), Turquia, Índia, Reino Unido, França, Itália, Polónia, Espanha e Portugal. Estamos presentes em 16 países, com 85 escritórios e cerca de 700 consultores a nível internacional, o ano passado a Spring recrutou 36 mil profissionais para os seus clientes e pretende estar presente em 29 países até 2018.

Em Portugal, quantos profissionais está a empresa a colocar mensalmente?
Trabalhamos mensalmente cerca de 120 processos e nestes garantimos que os nossos clientes vêm, sempre que possível, mais do que três bons candidatos à vaga em desenvolvimento.

E quais são os sectores que estão a registar maior dinâmica de contratações em Portugal?
Cerca de 65% dos candidatos selecionados até ao momento resultam da divisão de Tecnologias de Informação (TI) e da divisão de Engenharia, onde existem muitas oportunidades de emprego, especialmente para perfis com um leque elevado de competências. Dentro da divisão de TI, as necessidades relativas ao perfil típico de “Programador” são bastante frequentes. As tecnologias open source vieram para ficar. Nesta área, a taxa de empregabilidade é praticamente de 100%. As tecnologias Microsoft (.net, sharepoint…) também estão frequentes nas oportunidades que nos chegam. São, tal como o java, áreas com uma elevadíssima taxa de empregabilidade. A dificuldade é a retenção destes profissionais, e é aqui que os nossos consultores fazem a diferença, o acompanhamento dos candidatos é muito próximo e constante. Igualmente importantes são as oportunidades mais a nível de Gestão, como os perfis de analistas funcionais, ou os gestores de projeto. Estes perfis são cada vez mais essenciais nas empresas. São posições fundamentais, e reconhecidas pelo seu valor estratégico no mercado. No entanto, não podemos deixar de referir as oportunidades constantes nas áreas de Administração de Sistemas e Aplicações, Bases de Dados, Business Intelligence, CRM, ERP, Data Warehouse, Testes (automáticos ou não), entre outras. As oportunidades são reais, o mercado está em constante mudança, e os bons profissionais acompanham essa mudança. A Spring Professional IT tem muitos clientes 100% tecnológicos, mas também está cada vez mais presente no mercado de clientes finais.

Qual é a média de posições em aberto nesta área?
Uma média mensal de 40 posições em aberto. Este número refere-se a oportunidades de recrutamento direto e a outsourcing especializado.

E a área das Engenharias não é também uma das que gera maiores oportunidades?
Na divisão de Engenharia existem três perfis que se destacaram estes últimos cinco meses de atividade, manutenção industrial, procurement e melhoria contínua. Os sectores que temos tido maior número de oportunidades são Indústria Autómóvel, Alimentar, Logística, Serviços, Facilities e Imobiliária. Hoje a contratação de um engenheiro para uma empresa tem normalmente uma perspetiva de evolução de carreira bastante alargada. Pelo que os nossos clientes requerem sempre um profissional que, para além da competência técnica, tenha também o perfil para poder liderar pessoas e vir a evoluir para outras áreas da empresa, quer seja a nível comercial ou de gestão. No que diz respeito a indústrias mais ativas no mercado, claramente que a indústria automóvel é a que tem tido uma maior atividade, prevendo-se ainda um aumento significativo a partir de 2017. Sente-se também uma preocupação das indústrias exportadoras em melhorar os seus processos, a sua produtividade e a sua qualidade de processos, para poderem ser competitivos nos exigentes mercados internacionais. Esta preocupação tem-se revelado na crescente procura de profissionais de engenharia com qualificações ao nível dos idiomas estrangeiros, com múltiplas formações complementares e com uma experiência que inclua uma vertente internacional.

E que outras áreas estão em crescimento?
As divisões de Sales & Marketing e Finance. Transversalmente as posições mais solicitadas na especialização de Sales & Marketing são perfis associados às vendas nacionais e internacionais, gestão de produto, marketing digital, gestão de lojas, entre outros. As posições mais recrutadas desde o início deste ano tem sido o Sales Manager, Key Account Manager, Account, Brand Manager, Store Manager, Digital Marketing, Social Media, nos sectores Serviços, Retalho, FMCG, Grande Distribuição, Farmacêutica, entre outros. Na área de Finance os projetos desenvolvidos são focados no controlo de gestão em contexto industrial e serviços, Hospitality & Leisure e TI, entre outras áreas, todas com uma forte orientação para análise de operação e com linhas de reporte muito próximas aos decisores máximos das estruturas clientes. Temos igualmente recrutado perfis ligados a consultoria e auditoria, cada vez mais multidisciplinares. Outra área de grande aposta na área de Finance são os projetos de SScenters/Business Services, sendo que os últimos 5% são para posições de seniores de recursos humanos, em diferentes áreas de conhecimento e experiência (HRBP generalist, Com&Bem e Head of Payroll). Na área de Banking, Financial Services & Insurance, linhas gerais os perfis mais solicitados são para as áreas técnicas, análise de risco, análise de crédito, compliance, bem como atuariado não vida e, residualmente, para as áreas de negócio, financial advisors & market research. No âmbito de Legal, temos essencialmente desenhado projetos com as sociedades de advogados onde as áreas de conhecimento e experiência (3 a 5 anos) de Laboral, Societário e Comercial têm sido as mais requisitadas.

A vossa metodologia de assessment é diferente. Como se processa?
Combinamos diferentes ferramentas de assessment de acordo com o objetivo do cliente. Depois de ativar todas as fontes de recrutamento, desde anúncios em portais de referencia e especializados, base de dados validada, networking por especialização e pesquisa direta de mercado em alvos concorrentes ou estruturas semelhantes, os nossos consultores desenvolvem entrevistas por competências técnicas e comportamentais de acordo com o perfil pretendido do cliente. Para além das entrevistas e de acordo com o pretendido pelo cliente, também podemos desenhar um processo de assessment de competências, complementando assim o processo de recrutamento e seleção, seja com questionário de personalidade, com análise de pontos fortes e limitações, auditoria às competências de chefia, role plays de acordo com a função, testes de aptidões (perfis juniores e intermédios), entre outros, sempre desenhado com o cliente. Procuramos junto do cliente conhecer o perfil dos Top Performers da empresa cliente e procurar as mesmas competências nos profissionais que vamos abordar.

As redes sociais mudaram muito as metodologias de recrutamento?
A palavra-chave na metodologia de recrutamento é integração. Não se justifica uma rutura com os processos tradicionais de recrutamento, mas não há dúvida que as redes sociais vieram introduzir oportunidades interessantes. Concretamente, as redes sociais vieram permitir olhar para o background dos candidatos de uma forma mais pormenorizada, permitindo, inclusivamente, o cruzamento de informação profissional e académica, com o ecossistema de contactos que possuem nessas plataformas. Esse trabalho é facilitado pelas redes sociais mais profissionais, mas não dispensa, naturalmente, todas as outras metodologias que são a base de todo o processo. As redes sociais vieram democratizar o acesso a informação acerca dos profissionais, que permitem um imediato contacto que altera todo o paradigma do recrutamento. O mercado de trabalho beneficia hoje da facilidade das plataformas sociais à disposição, para a procura de candidatos especializados. De todas as formas, continua a ser apenas uma fonte, sendo fundamental a entrevista por competências técnicas e comportamentais e o respetivo controlo de referências. O nosso sucesso centra-se no cruzamento de fontes de recrutamento, tais como anúncios em portais de referência e especializados, base de dados validada, networking extensivo à área de especialização e pesquisa direta de mercado. Só assim poderemos oferecer uma consultoria efetiva ao cliente, ativamos todas as fontes de mercado para encontrar o candidato com as competências certas para o nosso cliente.

A área de Recruitment Process Outsourcing (RPO) é uma das apostas futuras da Spring. Em que patamar está?
O serviço de RPO assume a responsabilidade de execução e gestão dos processos sobre os quais trabalha para incrementar a sua eficiência, onde a Spring implementa uma estrutura dedicada e destaca um ou mais consultores que trabalharão, exclusivamente, para cobrir as necessidades de seleção da empresa. As vantagens são, desde logo, a otimização de custos, o cliente não terá nenhum gasto com a contratação, gestão de fontes de recrutamento externas nem com as ferramentas de avaliação. Graças à metodologia Adjust, otimizaremos os processos de RPO, melhorando a sua eficácia e transferimos esta melhoria para a poupança para o cliente. Outra vantagem são as nossas ferramentas que garantem que atraímos todos os talentos disponíveis para a empresa, aumentando assim o número de candidatos elegíveis. Conseguimos, também, identificar pontos de melhoria e implementar planos de ação que se traduzem na otimização de processos. O objetivo da Spring é criar RPO especializados, neste momento já contamos com experiência no segmento Indústria.

Que perspetivas de evolução futura tem para a Spring?
Entrámos no mercado com uma ambição elevada e acreditamos que o facto de termos ultrapassado os objetivos anuais em apenas cinco meses revela que estamos no bom caminho. A Spring Professional possui um espírito de liderança de mercado, uma característica do grupo Adecco, do qual fazemos parte, e que, como se sabe, é a líder em soluções de Recursos Humanos a nível global. É justamente com esse espírito de liderança global que olhamos para o mercado português. Estamos focados no crescimento das áreas de negócio dos mercados verticais em que operamos, mas não excluímos a hipótese de entrar em outros que se revelem apetecíveis. A par desta vontade de crescer, temos a consciência de que a consolidação do negócio é um fator determinante para as empresas que querem prosperar. E é justamente isso que procuramos todos os dias: crescer e consolidar.



OUTRAS NOTÍCIAS
Como a Sonae recruta e forma futuros líderes

Como a Sonae recruta e forma futuros líderes


“O Future Leaders @Retail foi pensado para captar e preparar os futuros líderes do retalho moderno, garantindo aos participantes um conhecimento integrado das áreas core do neg&oac...

Soft skills e pegada digital são fundamentais

Soft skills e pegada digital são fundamentais


Um bom currículo, inteligência emocional, soft skills (competências comportamentais) críticas e uma presença sólida online, são para Rita Tecedeiro, gest...

Direito das Sociedades inspira curso na Católica

Direito das Sociedades inspira curso na Católica


Há cinco anos que a escola de Lisboa da Universidade Católica Portuguesa (UCP) realiza duas pós-graduações semestrais na área das Ciências Jurídi...



DEIXE O SEU COMENTÁRIO





ÚLTIMOS EMPREGOS