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Mentir no CV

Mentir é como comer cerejas: depois de se comer uma não se consegue parar...

01.01.2000



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Mentir no CV

Mentir é como comer cerejas: depois de se comer uma não se consegue parar...

Deve mentir no seu CV?
Está a ler um anúncio e parece ser dirigido a si, uma vez que satisfaz todos os requisitos. Mas ...querem alguém com experiência? "Bem, não tenho experiência nesta área mas tenho a certeza de que consigo aprender."
A maioria de nós já pensou este tipo de coisas, mas como traduzir esse pensamento no nosso CV?

Veja alguns exemplos:

Candidato 1: "Azar, não posso candidatar-me para este posto". E desiste.

Candidato 2: "OK, não tenho a experiência que pedem, mas invento qualquer coisa.
A última empresa onde trabalhei já não existe, ninguém vai saber o que fiz ou não fiz lá."
O candidato dois acrescenta ao CV responsabilidades que nunca teve.

Candidato 3: "É óbvio que não tenho a experiência que pedem mas posso aprender facilmente o que é necessário para fazer o trabalho. A única coisa que posso fazer é candidatar-me e explicar na minha carta de candidatura que não satisfaço totalmente o perfil mas que farei todo o possível para aprender. Não tenho nada a perder."

O candidato três tomou a decisão mais sensata e o número um pode ter deixado escapar um emprego fantástico.

O candidato dois é um perdedor, pois mentir nunca é boa ideia. Afinal, dizer que está doente é diferente de atribuir a si mesmo conhecimentos e experiências que não tem.


Uma mentira leva a outra?
Regra geral, sim. Suponhamos que decide mentir no seu CV. De facto, tem experiência de trabalho numa firma semelhante mas não era verdadeiramente responsável por aquilo que colocou no CV. Pensa que foi uma mentira sem importância, mas vai ver que, mais cedo ou mais tarde, vai questionar-se se foi mesmo uma mentirinha sem importância.

Um empregador lê o seu CV e fica interessado. É chamado para uma entrevista e é questionado sobre a sua experiência. Agora, vai ter de continuar a mentir o que implica ter que falar de uma forma credível sobre coisas com as quais não está familiarizado.

Imagine que é recrutado. Ainda pior! Agora tem que fingir que está familiarizado com o trabalho.
Até aqui só mentiu à pessoa que o contratou; agora tem que mentir a colegas e eventualmente a clientes.

E se for apanhado?

Ainda não falámos do motivo mais evidente para não mentir: ser apanhado!
A sua nova empresa pode verificar as suas referências e apanhá-lo de imediato. Pode pensar que não tem nada a temer, se o empregador anterior faliu ou se já não existe, mas pense bem antes de mentir.

Afinal, o mundo é pequeno e isto é especialmente verdade no mundo profissional, onde todos se conhecem. Sabe lá quem o seu novo chefe conhece, de quem o filho dele é amigo ou de quem foi colega na faculdade!

Nem é preciso que o denunciem. Afinal, nunca exerceu aquela função na vida e não se está a safar lá muito bem... o seu director considera-o um incompetente e manda-o embora.

Por ser mentiroso ou incompetente, você é despedido e começa a procurar um novo emprego. Aprendeu uma lição e jurou que nunca mais mentir, por isso o melhor é fazer um novo CV.

E agora? O que fazer com o emprego anterior, obtido através de uma mentira? Omiti-lo é mentir novamente.
E vai dizer porque foi despedido? Mais uma vez, você é confrontado com a pergunta: posso mentir no meu CV?

Moral da história: a mentira tem pernas curtas e mais depressa se apanha um mentiroso que um coxo.






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