FESTA DA INTEGRAÇÃO
A integração
das pessoas com deficiência em mercado competitivo de trabalho é
um processo complexo e com múltiplas barreiras.
Se algumas destas barreiras são materiais e objectivas, caso das
acessibilidades à comunicação e aos espaços, outras radicam-se em
convicções sócio culturais profundas.
Para as primeiras, é possível encontrar já soluções técnicas. As
barreiras culturais, porém, exigem acções continuadas impulsionadoras
de mudança das mentalidades.
As atitudes negativas face ao potencial produtivo das pessoas com
deficiência, aliadas à resistência natural à diferença, condicionam
sobremaneira o número daqueles que conseguem aceder ao mercado de
trabalho.
A estratégia para as enfrentar deve assentar no estímulo e no apoio,
público e permanente, às experiências positivas e às boas práticas.
O contacto com o sucesso de outras realidades e experiências permitirá
encontrar caminhos para a mudança.
Nesta estratégia, o Prémio de Mérito ocupa um lugar privilegiado,
na medida em que permite homenagear de forma pública e solene as
entidades empregadoras e as pessoas que, em cada ano, mais se tenham
distinguido pelo seu esforço, disponibilidade e interesse na integração
profissional das pessoas com deficiência.
O Prémio de Mérito foi atribuído pela primeira vez em 1990, tendo
este primeiro ciclo durado até 1992, distinguindo unicamente entidades
empregadoras.
Em 1999, através do despacho n.º 12008, de 24-05-99, do Ministro
do Trabalho e da Solidariedade (Diário da República n.º 144 de 23-06-99),
foi aprovado um novo regulamento do Prémio de Mérito, que traduz,
valorizando igualmente o envolvimento das pessoas com deficiência
no seu processo de inserção sócio-profissional.
No conjunto destes seis anos, foram apresentadas 354 candidaturas
por parte de entidades empregadoras, traduzindo-se, em linhas gerais,
na celebração de contratos de trabalho sem termo com 443 pessoas
com deficiência.
Por seu turno, 43 pessoas com deficiência que criaram o seu próprio
emprego apresentaram candidatura ao Prémio de Mérito.
A cerimónia
de atribuição do Prémio de Mérito 2003
realiza-se no próximo dia 26 de Novembro de 2004, pelas 16h30,
no Pavilhão 1 da FIL, Parque das Nações, em
Lisboa.
A cerimónia será complementada por uma Mostra de Excelência
e Iniciativa que decorrerá entre 26 e 28 de Novembro no mesmo
local e que tem como mote a divulgação das boas práticas
empresariais na contratação de pessoas com deficiência,
iniciativas de negócio das pessoas com deficiência,
bem como promover o reconhecimento público destas práticas
no desenvolvimento económico e social nacional e dar a conhecer
oferta de serviços (formativa e de emprego).
Para
além de vários espectáculos distribuídos
pelos 3 anos do evento, a Mostra contará com a presença
de diversos Expositores, nomeadamente o IEFP, através dos
Centros de Emprego, Centros de Formação Profissional
e Centros de Reabilitação Profissional; a OED - Operação
para a Promoção do Emprego de Pessoas com Deficiência
da Região de Lisboa; Vencedores de Prémios de Mérito
(Empresas e Instalações por Conta Própria);
Entidades de Reabilitação Profissional; Federações
de Associações de Reabilitação e Autarquias;
Empresas com actividade relevante na integração profissional
das pessoas com deficiência, Empresas do sector das Tecnologias
de Informação e Comunicação (sector
financeiro "call centers e tele-trabalho), Novas Tecnologias:
Domótica, Ajudas Técnicas para a mobilidade e acessibilidade
de postos de trabalho, Software acessível.
No dia 27 de Novembro, com início às 10.00h realizar-se-á
um Seminário Internacional subordinado
ao tema "O Emprego de Pessoas com Deficiência".
OS
PREMIADOS
O Prémio de Mérito 2003 distinguiu e homenageou pelo
seu empenho e contributo exemplares para a integração sócio-profissional
de pessoas com deficiência, as seguintes entidades empregadoras:
Diploma de Mérito de 1ª Categoria
COMPANHIA PORTUGUESA DE HIPERMERCADOS - JUMBO DE FARO
Diploma
de Mérito de 2ª Categoria
TAP, TRANSPORTES AÉREOS PORTUGUESES, SA
Diploma
de Mérito de 3ª Categoria
NOVA EXTRAL, SA (Fafe)
Ao nível da instalação por conta própria,
o júri deliberou distinguir os seguintes cidadãos
com deficiência que, através da criação
do próprio emprego ou de empresas, contribuíram para
a elevação dos seus níveis de participação
social e defesa do estatuto de cidadania que lhes é devido.
Diploma
de Mérito de 1ª Categoria
MÁRCIA ISABEL ROSAS SIMÃO (Figueira da Foz)
Diploma
de Mérito de 2ª Categoria
HÉLIO ALEXANDRE JANEIRO CONCEIÇÃO (Messejana
- Aljustrel)
PROGRAMA
26
DE NOVEMBRO
15h às 23h - Exposição e Actividades
de Animação15h30
- Abertura da Mostra de Excelência e Iniciativa
16h30 - Cerimónia de Entrega do Prémio de Mérito
com as presenças de Suas Excelências o Ministro Adjunto
do Primeiro-Ministro, Dr. Henrique Chaves e Secretário de
Estado Adjunto e do Trabalho, Dr. Luís Pais Antunes
17h30 - Tributo à Delegação Portuguesa
que participou nos Jogos Paralímpicos de Atenas com a presença
de Sua Excelência o Secretário de Estado Adjunto e
do Trabalho, Dr. Luís Pais Antunes
19h00 - Actuação da Companhia de Dança
Contemporânea Plural
21h30 - Actuação do Coro do Instituto do Emprego
e Formação Profissional (IEFP)
27
DE NOVEMBRO
15h às 23h - Exposição e Actividades
de Animação 10h00/16h30 - Seminário Internacional
"O Emprego de Pessoas com Deficiência"
21H30 - Espectáculo Grupo Novo Rock (GNR)
28
DE NOVEMBRO
15h às 23h - Exposição e Actividades
de Animação
APOIOS
À MEDIDA
A fim de assegurar o direito à integração
das pessoas com deficiência no mercado de trabalho, o IEFP
dispõe de um largo conjunto de respostas e programas.
Programas
de desenvolvimento
pessoal e profissional
Pré-profissional:
proporciona a adolescentes com mais de 12 anos, que frequentem instituições
de educação especial, uma iniciação
numa variedade de tipos de trabalho, contribuindo para avaliar vocações
e definir um projecto de vida.
Avaliação/orientação Profissional:
proporciona aos jovens de idade igual ou superior a 15 anos a tomada
de decisões vocacionais adequadas.
Formação profissional: visa dotar os jovens
com idade igual ou superior a 15 anos, dos conhecimentos e capacidades
necessários à obtenção de uma qualificação,
de modo a conseguirem um emprego e progredir a nível profissional.
Readaptação ao trabalho: proporciona, a quem
já tenha exercido uma actividade profissional, mas que entretanto
se tornou deficiente, as condições adequadas à
sua limitação, permitindo o desempenho das tarefas.
Integração
das pessoas com deficiência
no mercado de trabalho
Emprego
em mercado normal de trabalho: A integração das
pessoas com deficiência no mercado de trabalho é possível
através dos seguintes apoios prestados às empresas
empregadoras:
Subsídio
para adaptação de postos de trabalho - para que se
possam adaptar os equipamentos e postos de trabalho às características
funcionais das pessoas com deficiência;
Subsídio de compensação - para compensar as
empresas do menor rendimento que as pessoas com deficiência
possam apresentar, em relação aos outros trabalhadores,
durante o período de adaptação ao trabalho;
Subsídio para eliminação de barreiras arquitectónicas
- destina-se a eliminar as barreiras arquitectónicas que
dificultam ou impedem a mobilidade das pessoas com deficiência
no local de trabalho;
Subsídio de acolhimento personalizado - compensa os custos
que a entidade empregadora terá com o acolhimento personalizado
das pessoas com deficiência;
Prémio de integração - é atribuído
às entidades empregadoras que celebrem contratos sem termo
com as pessoas com deficiência, ou que convertam um contrato
a termo em contrato sem termo.
Instalação
por conta própria: esta modalidade possibilita, às
pessoas cuja deficiência não permite ter um emprego
no mercado normal de trabalho, a criação do próprio
emprego. Neste âmbito, estão previstos apoios técnicos
e financeiros para cobrir as despesas necessárias ao primeiro
estabelecimento.
Apoio
à colocação (e acompanhamento pós-colocação):
visa melhorar a empregabilidade e manutenção do emprego,
através de um sistema de apoio especializado, para que a
integração seja bem sucedida.
Apoio
ao teletrabalho e criação de uma bolsa de emprego:
o objectivo é fazer uso das tecnologias de informação
e comunicação, criando novas oportunidades de emprego
em regime presencial ou à distância, e possibilitar
a sua instalação por conta própria, a criação
de centros de tele-serviços ou a sua contratação
como teletrabalhadores.
Emprego
protegido: assegura às pessoas com deficiência
que, por dificuldades inerentes ao tipo e grau de deficiência,
não têm possibilidades de integrar o mercado normal
de trabalho, o exercício de uma actividade estável
e remunerada. Quando possível, estas pessoas são integradas
no mercado através de Centros de Emprego Protegido (CEP)
- unidades de produção de carácter industrial,
artesanal, agrícola, comercial ou de prestação
de serviços, integrada na actividade económica nacional
- ou Enclaves - grupo de pessoas com deficiência que exercem
a sua actividade em conjunto, sob condições especiais,
num meio normal de trabalho.