Mark Bowden
Director-geral da Hays
As pressões que começam a fazer-se sentir a nível das organizações internacionais, como é disso exemplo as recentes recomendações da Comissão Europeia e da OCDE, deverão obrigar o Estado Português a criar uma legislação laboral mais flexível e novos mecanismos de forma a tornar o mercado de trabalho mais dinâmico.
Desta forma, a nível contratual, os empregadores teriam mais liberdade aquando da altura de contratar e despedir pessoal, baseando a sua decisão apenas nas «performances» e competências. Assim sendo, as empresas beneficiariam de um alto nível de produtividade e o mercado de trabalho seria estimulado, saindo beneficiados tanto empregados como empregadores, que estariam mais preparados a arriscar nos seus planos de expansão e consequentes processos de recrutamento.
Contudo, estas questões estarão sempre dependentes da agenda política de cada país de forma a implementar tais alterações e, sem dúvida, em países com medidas demasiado proteccionistas, como é o caso de Portugal, este será sempre um assunto delicado.
Para melhor analisar esta questão, seria necessário estudar todas as propostas do executivo português e verificar se a solução para este assunto pertinente garante a protecção dos empregados, ao mesmo tempo que oferece ao empregador um maior nível de flexibilidade, algo que nenhum governo nacional parece ter sido capaz de resolver através da própria legislação.
As reformas já em vigor são bons sinais, mas ainda assim insuficientes. Será necessária coragem para implementar medidas que poderão ser impopulares, mas vitais para dinamizar o mercado laboral português.