Carreiras

Expresso emprego - Barómetro RH - Ana Luísa Teixeira



01.01.2000



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Ana Luísa Teixeira
Country manager da MRINetwork Portugal



Cada vez é mais frequente ouvir relatos de portugueses bem sucedidos no estrangeiro: gestores, investigadores, empresários. Portugueses que se destacam entre os melhores. Se nas gerações anteriores a mão-de-obra que saía do país era muito pouco qualificada os tempos actuais são marcados pela saída de cérebros, profissionais altamente performantes e bem sucedidos que sentem que as oportunidades no nosso país são escassas face às suas potencialidades, qualificações e ambições. Portugueses com talento, criatividade e determinação.


Para alguns a saída é encarada como uma atitude de sobrevivência. É o caso de muitos gestores de topo. No nosso país, pela sua dimensão, as empresas internacionais ‘achataram‘ as suas estruturas e as nacionais são sobretudo Micro e PME trazendo como consequências desafios e oportunidades no topo da pirâmide mais limitados e uma maior receptividade ao estrangeiro. Também nos recém-licenciados, pela taxa de desemprego alta, a apetência para uma carreira além-fronteiras tem aumentado.

Contudo a imagem de Portugal no estrangeiro terá de ser trabalhada, melhorada: os nossos quadros ainda são olhados com algum preconceito, alguma discriminação, talvez à luz da imagem que passamos como país e da baixa taxa de produtividade nacional. Portugal ainda não é percebido como fornecedor de mão-de-obra altamente qualificada e performante. É mais fácil então que as oportunidades surjam dentro da empresa que já conhece a qualidade de trabalho do profissional.

Seria interessante comparar os níveis de desempenho dos portugueses a trabalhar no estrangeiro versus os níveis de desempenho em Portugal. Acredito que os resultados dariam nota de que a qualidade da nossa força de trabalho no estrangeiro é excelente e potenciada por razões várias, entre as quais, pela exposição a métodos de trabalho e liderança mais eficazes e a culturas com atitude face ao trabalho diferente.

Não podemos contudo escamotear que os que saem podem ser portadores de uma força, capacidade de luta, empreendedorismo, inconformismo, que marcam a diferença mas acredito que o meio a que vão ser expostos terá também um contributo importante. Termino referindo aqueles que, cada vez em maior número, não saem radicalmente mas acumulam responsabilidades europeias, o que constitui uma prova do reconhecimento da qualidade dos nossos quadros.






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