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Caçar executivos de «primeira»



01.01.2000



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Caçar executivos de "primeira"

Apesar do grande número de candidatos a empregos, encontrar profissionais de alto nível, com capacidade de realização e intimidade com as novas tecnologias não é nada fácil para as empresas. Por isso, cada vez mais companhias optam por contratar os serviços de "headhunters" ou "caça-cabeças" especializados em encontrar o profissional perfeito para quadros de grande responsabilidade, de forma a optimizar o processo de selecção de seus futuros empregados.

O "Executive Search", isto é, recrutamento e selecção de profissionais de alto nível, baseia-se numa procura activa e directa de executivos talentosos nos quadros médios/altos de várias empresas. Essa abordagem directa do mercado é mais eficaz do que os métodos de recrutamento tradicionais em áreas altamente especializadas, onde a oferta de emprego é mais ampla que a procura.

Isto porque em regra os profissionais bem sucedidos estão concentrados em suas carreiras e não procuram novos cargos, pelo que é necessário "caçá-los" e seduzi-los com novas propostas, convencendo-lhes das vantagens da sua integração na companhia.

Segundo Ana Teixeira, managing partner da MRI Worldwide, os "headhunters" de sucesso podem ter os mais variados "backgrounds" académicos. Uma formação em psicologia e áreas afins é bem-vinda, mas não obrigatória. "Importante é uma experiência profissional anterior que tenha possibilitado um contacto com diferentes realidades, bem como uma exposição a situações de difícil resolução e que desse modo, tenha permitido à pessoa "crescer" profissionalmente", acrescenta Rosa Carreto, "headhunter" da Hire&Trust.

Muitos "caça-cabeças" percorrem uma trajectória não linear até ao reconhecimento do candidato, o que requer paciência, determinação, apetência para estudar as novas áreas de interesse do mercado, as mudanças e tendências. Para Ana Teixeira, o mais marcante no perfil do headhunter é "um equilíbrio sólido entre características como a seriedade e discrição, fundamentais no nosso trabalho uma vez que lidamos com informação extremamente confidencial quer da parte das empresas, quer do candidato".

A directora da MRI portuguesa indica ainda como essencial ao headhunter a "excelente capacidade de comunicação e persuasão, de forma a poder transmitir da forma mais correcta e adequada mas ao mesmo tempo também de forma motivante, ideias e projectos aos profissionais com que contacta, que estão a trabalhar, estão bem onde estão, não andam à procura de emprego."

A maior incidência na actividade de "executive search" em Portugal está nas tecnologias de informação (TI), e nas telecomunicações, áreas nas quais, em geral, a oferta de profissionais ainda é inferior à procura por parte das empresas. Rosa Carreto afirma que "neste momento de recessão, os sectores que mais requerem nossos serviços são o farmacêutico, grande consumo e serviço, e nas áreas funcionais, as vendas e o marketing."

Por sua vez, Ana Teixeira alerta para a dinâmica do mercado actual e suas rápidas mudanças de áreas "pelo que temos de estar atentos às suas tendências e antecipá-las."

A "arte" do "executive search" é à partida bem remunerada, mas não possui uma tabela salarial fixa. O salário geralmente é composto por uma parte fixa, que depende da dimensão e "prestígio" da empresa de "headhunter", e de uma parte variável, relacionada às missões em que o profissional se envolve, as contas que consegue angariar, ao êxito nas negociações. Ana Teixeira afirma que, para ser reconhecido no mercado e conquistar um bom nível de vida, há que percorrer um caminho que nem todos têm capacidade e persistência para palmilhar: "A confiança do mercado não se compra nem se dá, conquista-se"


As 10 regras do "headhunter" de sucesso:

1. Detém muitos conhecimentos da área funcional para a qual estão a fazer o processo, além de qualidades como capacidade de organização, e controlo de investimentos

2. Possui a capacidade para entender as necessidades do cliente e do seu negócio

3. Conhece profundamente o sector de actividade do cliente

4. Sabe trabalhar em equipa e está rodeado de profissionais experientes

5. Além de uma formação ampla de sólidas bases, possui uma grande capacidade analítica

6. É dotado de um espírito inovador, e de agilidade suficiente para a tomada de decisões rápidas

7. Possui experiências internacionais, e portanto, está aberto a novas possibilidades e alternativas na selecção de candidatos

8. Sabe ser discreto ao tratar de negócios muitas vezes confidenciais

9. É criativo, e não desiste mesmo quando as situações são complicadas

10. Guia-se pela ética e pelo profissionalismo no seu trabalho


Cristina Parga






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