Confirme as
referências
Em Portugal ainda não existe o hábito
de, numa entrevista de emprego, pedir ao candidato que leve referências.
No entanto, este pode ser um bom método para seleccionar, e ficar
a conhecer melhor, o seu próximo trabalhador.
Ao contrário de grande parte dos países
europeus, as empresas portuguesas, na altura de contratar um empregado,
não lhe exigem mais do que um curriculum vitae detalhado. Depois
a escolha recai sobre a pessoa que mais empatia causou na entrevista,
que muitas vezes nem chega a ser de meia-hora.
Obviamente que, ao escolhermos um futuro colaborador,
que sabemos que vai trabalhar connosco e que vai reportar directamente
a nós, a empatia é bastante importante. No entanto, não
deve ser o factor primordial. Há que avaliar o curriculum o melhor
possível, confrontá-lo na entrevista e tentar perceber se
é a pessoa indicada para a função.
O que acontece normalmente é surgirem dúvidas
entre duas pessoas. Qual é que devemos escolher? Muitas vezes temos
diante de nós uma pessoa bastante dinâmica e empreendedora,
mas falha a experiência profissional. Outras vezes encontramos uma
pessoa com um curriculum profissional bastante bom, mas em termos de comunicação
interpessoal é uma nulidade. O que fazer agora?
As referências podem ajudar a resolver estas
dúvidas, pois permitem conhecer a opinião de outras pessoas
em relação ao candidato em causa. O ideal é pedir
referências diferenciadas como por exemplo, uma a um antigo patrão
e outra a antigo professor. Assim saberá qual o desempenho a nível
profissional e a nível de relações interpessoais
e em grupo.
Agora que já tem as referências é
importante confirmá-las. Pode achar tudo isto um processo complicado
e até um pouco desonesto, porque ainda está no processo
de selecção e já parece que desconfia dos candidatos.
Mas, como sabe, as referências podem ser facilmente inventadas..
Concentre-se em pensar que está a fazer
todos os possíveis para contratar o melhor profissional para a
sua empresa, não só em termos profissionais mas também
em termos pessoais.
Confirme:
Se a referência é verdadeira fazendo um telefonema ou enviando
um e-mail;
A origem da referência. Se for uma referência com carácter
profissional, verifique o posto que ocupa e qual a relação
que manteve com o candidato. Muitas vezes, não são as referências
de pessoas com cargos de topo as mais úteis;
A imparcialidade da carta. Uma boa referência não tem que
estar cheia de elogios mas sim ser objectiva e clara;
Escolha as referências mais recentes em termos profissionais, pois
só o último patrão o pode informar sobre todas as
potencialidades e competências do candidato, e as mais antigas em
termos pessoais, pois as pessoas que o conhecem à mais tempo saberão
melhor quais as qualidades e defeitos em termos pessoais;
As referências são importantes
para conseguirmos constituir um cenário global dos candidatos ao
trabalho que se oferece. Não se esqueça, no entanto, de
as cruzar com o curriculum e com a opinião que formou da pessoa
depois da entrevista. Analise tudo muito bem e fique pela melhor opção.
AH