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Fábricas de liderança

Fábricas de liderança

São reconhecidas como “escolas líderança” por outras empresas. Há em Portugal organizações onde os colaboradores são preparados, desde entram na empresa, para liderar e progredir na carreira. O Hay Group divulgou os dados do seu último estudo “Best Companies for Leadership em Portugal”. Se é numa empresa destas que sonha trabalhar, mostramos-lhe a que portas deve bater.

28.11.2013 | Por Cátia Mateus


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O que têm em comum empresas como a Sonae, EDP, PT, Galp Enegia, Jerónimo Martins, Microsoft, McDonalds, Google, Unilever ou Santander Totta? São, segundo o estudo global da consultora Hay Group - “Best Companies for Leadership Portugal” - as melhores “escola de líderes” em Portugal. A Sonae lidera o ranking pelo terceiro ano consecutivo. O que distingue estas empresas das demais? Para Felipa Oliveira Serrão, diretora do Hay Group, “são empresas que têm uma visão proativa e democrática da gestão do talento”. Começam cedo a preparar o desenvolvimento de competências de liderança entre os colaboradores e não encaram a liderança como uma competência exclusiva às chefias ou cargos de todo, desenvolvendo-a de forma democrática entre todos os colaboradores. Os impactos para o sucesso do negócio e para a ligação da marca com o público são visíveis.

Na Sonae a estratégia é esta há largos anos. Para José Côrte-Real, administrador da empresa com o pelouro dos Recursos Humanos, a Sonae destaca-se enquanto “escola de líderes” porque “oferece oportunidades únicas para o desenvolvimento de competências e de conhecimento, já que permite experiências diferenciadas que contribuem para o desenvolvimento de talentos”. A capacidade de gerar, internamente, líderes inovadores e empreendedores tem-se revelado, segundo o responsável, “chave para o acelerado desenvolvimento e diversificação dos negócios do grupo que ocupam posições de liderança nos seus segmentos de atividade”.

Como estratégia de fomento à liderança e ao desenvolvimento de novos líderes, a empresa lançou a Sonae Management & Leadership Academy, composta por uma estrutura segmentada de conteúdos e programas dedicados ao desenvolvimento dos diversos níveis organizacionais, desde os mais operacionais aos estratégicos. As parcerias com as melhores escolas nacionais e internacionais são prática corrente na empresa que incorpora também uma visão integrada no que diz respeito à formação e desenvolvimento dos seus executivos, combinando a Executive Education, com programas de action learning, on-the-job experiences, coachin ou mentoring.

Um cenário que para Felipa Oliveira Serrão será comum a outras empresas apontadas como exemplos de excelência na formação e desenvolvimento de líderes. A investigação da consultora solicitou a um conjunto de responsáveis pela gestão de talento de organizações portuguesas qye nomeassem outras organizações que considerassem ser referências em matéria de gestão de talento e desenvolvimento de liderança. Segundo a diretora “vemos que no topo do ranking têm sido destacadas as mesmas organizações ao longo dos últimos anos, o que evidencia os bons resultados de quem, ao longo do tempo, investe de forma consistente neste tema como algo estratégico”.

O estudo destaca a nível global 20 empresas que são “escolas de líderes”. Neste grupo, liderado pela Procter & Gamble, figuram nomes como a Microsoft, Coca-cola, Unilever, IBM, Facebook, Nestlé e outras. Para Felipa Oliveira Serrão, as práticas de gestão destas empresas estão focadas na “proatividade e assiduidade do envolvimento da gestão de topo no desenvolvimento de lideranças internas e de uma cultura que valorize a disciplina do negócio e a colaboração entre áreas, bem como na preocupação de fazer a ponte entre a excelência operacional e a inovação”. O Top10 das empresas portuguesas alinha com estas estratégias, mas destaca-se noutros factores. Num cenário nacional, há menos empresas com um número de candidatos preparados para assumir funções de liderança que possam surgir (apenas 53%, contra os 74% apurados a nível global) e nem todas as organizações permitem à totalidade dos colaboradores terem a oportunidade de desenvolver e praticar a liderança (42%, contra 73%).

Outros dos fatores de destaque tem a ver com o facto de Portugal atribuir um maior peso às competências técnicas do que à capacidade de execução, face ao top20 mundial. Um factor onde Felipa Serrão reconhece que há caminho a percorrer, tanto mais que para a especialista “a competência técnica permite-nos ir a jogo, mas nem sempre é o que nos deixa marcar o golo”.

Metodologia dos bons líderes

Esta é a oitava edição do estudo global conduzido pelo Hay Group, Best Companies for Leadership. A meta da consultora, explica Felipa Oliveira Serrão, “é identificar as melhores práticas para as organizações desenvolverem mais e melhores líderes, garantindo resultados agora e no futuro”. Todos os anos, o Hay Group adiciona ao seu inquérito novas perguntas que permitam identificar soluções eficazes para enfrentar os desafios do contexto. “Em 2013 quisemos saber o que as melhores estão a fazer para desenvolver líderes capazes de potenciar a inovação”, explica a diretora. Neste contexto, a consultora procurou também indícios sobre a reação a questões como o grau de autonomia das chefias intermédias, a sustentabilidade ambiental e a eficiência energética e a liderança multicultural.

Ao inquérito global realizado este ano responderam 18 mil participantes de 2200 organizações espalhadas por 125 países. Em Portugal participaram 69 empresas. “A natureza das questões requer um conhecimento profundo das práticas da organização”, explica Felipa Oliveira Serrão adiantando que “tipicamente, os inquiridos são administradores com o pelouro da Gestão de Recursos Humanos, diretores de RH, Gestores de Desenvolvimento e outros profissionais com responsabilidade pela gestão de talento e pelo desenvolvimento de líderes nas organizações”.

O período de referência para a recolha de dados foi junho de 2013. Para além de identificarem a tipologia e eficácia das ações implementadas para desenvolvimento da liderança nas respetivas organizações, o Hay Group pediu aos inquiridos para nomearem as três empresas que mais admiram enquanto escolas de liderança. A nomeação conduziu a um ranking de 30 empresas, a partir das quais o Hay Group publica o Top10.



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