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Gestão de Recursos Humanos e Outsourcing



01.01.2000



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Gestão de Recursos Humanos e Outsourcing


O outsourcing de actividades por parte das organizações é uma simples questão de boa gestão. Há uma célebre lei das organizações que diz que à medida que elas crescem a complexidade da sua gestão cresce mais que proporcionalmente, ou seja, cresce exponencialmente.

Com o crescimento exponencial dos órgãos de gestão requeridos para suportar o desenvolvimento da empresa, crescem também exponencialmemte os custos de manutenção da organização e das suas estruturas de gestão.

O outsourcing das actividades não nucleares das organizações surge então como uma das vias possíveis para a melhoria da sua gestão, permitindo a diminuição dos seus custos de funcionamento global e a concentração dos esforços de gestão nas actividades consideradas realmente fundamentais para a organização, aumentando a sua eficácia.

O outsourcing de actividades da função gestão de recursos humanos não é de forma nenhuma coisa nova. Muitas grandes empresas começaram pelos refeitórios e serviços ditos sociais que estavam geralmente dependurados, embora sem muito interesse, nas Direcções de Recursos Humanos.

Todavia, hoje em dia, as novas tecnologias de informação têm vindo a dar às organizações cada vez maiores oportunidades de cederem em outsourcing novas actividades de gestão de recursos humanos. Como, por exemplo, o recrutamento e selecção, a formação profissional, a gestão administrativa de pessoal, incluindo o processamento de salários, a gestão das questões jurídicas relacionadas com os contratos de trabalho e o relacionamento com os organismos públicos.

Estas actividades de gestão de recursos humanos podem ser realizadas em outsourcing relativamente a toda a empresa ou apenas em relação a sectores determinados da organização, como centros de contacto telefónico e escrito, gestão das frotas de veículos, gestão do património, gestão documental, gestão de lojas de vendas e outros.

Relativamente á gestão de centros de contacto com clientes, apenas a título de exemplo, podem considerar-se vários tipos de outsourcing de acordo com a extensão das actividades entregues à realização externa. Poderá ser apenas o recrutamento e selecção; ou, então, o recrutamento, selecção e formação; ou, ainda, recutamento, selecção, formação, toda a gestão de pessoal e toda a gestão das operações. Se a estas actividades acrescentarmos a detenção dos sistemas de informação, dos equipamentos e das instalações, chegamos finalmente àquilo a que se chama o outsourcing total.

Existe, portanto, uma grande flexibilidade de opções quanto ao outsourcing que cada empresa pode fazer dos seus sectores de actividade. Mas seja qual for a opção, as vantagens são sempre as mesmas: menores custos de gestão, uma organização mais leve e flexível, a concentração dessa organização nas actividades que lhe são nucleares, maior eficácia na sua realização. Ceder actividades não nucleares em regime de outsourcing é ,assim, parte do reforço da capacidade de gestão de cada organização, reduzindo custos, permitindo a sua concentração naquilo que sabe fazer melhor e onde cria valor.

Para ceder actividades em outsourcing uma organização deve ter a capacidade de: primeiro, saber que actividades ou sectores devem ser cedidos em outsourcing, de acordo com a sua estratégia de desenvolvimento; segundo, determinar que tipo de outsourcing é o mais adequado para a actividade ou sector, de acordo com as opções acima indicadas; e, terceiro, certificar-se que o parceiro escolhido para realizar as actividades em outsourcing não só é competente para as realizar hoje, mas é capaz de prestar um serviço flexível, a longo prazo, com revisões contratuais periódicas.

O outsourcer deve portanto constituir um parceiro de negócios a longo prazo, com capacidade para ir adaptando a sua actuação ás necessidades da organização que cede as actividades e de ir ajustando o contrato da sua prestação às condições de concretização da parceria de negócios.

Os bons prestadores de serviços de gestão de recursos humanos em outsourcing, em vários sectores de actividade, sabem que uma marca não é apenas um nome - é uma promessa de valor para os clientes que deve ser cumprida; é uma relação com aqueles que obtêm esse valor que não pode ser traída.

Filipe Duarte
Director-Geral do Grupo CRH







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