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Porque quer trabalhar aqui?

Porque quer trabalhar aqui?

É a pergunta de ouro em qualquer processo de recrutamento. Parece demasiado óbvia, mas nem todos os candidatos lhe atribuem a devida importância e nem todos sabem como responder. Mostrar que se conhece a empresa é a regra básica, mas segundo os especialistas está longe de ser suficiente para um recrutador.

13.11.2015 | Por Cátia Mateus


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Quer se trate de uma entrevista presencial, individual ou de grupo, por skype, telefónica ou por vídeo conferência, não há como escapar. “Porque quer trabalhar aqui?” é a pergunta de ouro a que qualquer candidato é chamado a responder. O objetivo dos recrutadores é tão básico quando a questão parece, a uma primeira análise, ser - perceber o que leva um profissional a querer trabalhar para ele - mas esta pode ser uma pergunta com “rasteira”. Qualquer empregador sabe que um candidato entusiasmado com a empresa é um profissional motivado, comprometido com os resultados, produtivo e leal à organização. Na prática, um profissional dedicado, que trabalhará bem e será pouco permeável à mudança para outras organizações. E isto é tudo o que o candidato tem de demonstrar na resposta a esta questão. Simples? Não, de todo.?

Basta percorrer alguns dos sites internacionais de topo dedicados às questões de gestão de carreira (como o Monster, The Job Crowd, Career Builder) e consultar a opinião de alguns especialistas para perceber o quão difícil pode ser responder a esta questão, sem parecer demasiado genérico ou inoquo. Tal como em muitas outras etapas associadas ao processo de recrutamento, a resposta a esta questão exige pesquisa e informação, mas não basta consultar a página da empresa.

Pesquisar além do óbvio
Ir além dos factos básicos é fundamental. A informação institucional que consta nas páginas oficiais das empresas na Internet é relevante para conhecer a estrutura, a organização interna da empresa e a sua cultura, mas é preciso mais. Um dos conselhos mais frequentes que encontramos através do cruzamento de orientações de carreira nas várias plataformas internacionais aponta para a necessidade de ir além dos factos e dos líderes para, verdadeiramente, conseguir impressionar o recrutador. ?Uma boa opção pode ser, por exemplo, pesquisar na imprensa notícias atuais e passadas sobre a empresa de modo a conseguir extrair informações sobre os desafios que enfrentaram, os casos de sucesso em se destacaram, estratégias atuais, contexto global da indústria em que atuam, posicionamento internacional, resultados financeiros, investimentos em curso e estratégias de expansão futura.

Além desta pesquisa, pode também tentar perceber se a empresa tem alguma canal no YouTube ou nas redes sociais e tentar, também ai, compilar informação relevante sobre a organização. Tratando-se de uma multinacional, muitos sites internacionais de gestão de carreira (como os já referidos) podem também ter informações sobre a a empresa e até um histórico sobre as funções em que habitualmente mais recruta.?Durante a entrevista, deverá focar-se em transmitir com clareza e evitando os tradicionais “chavões” tudo o que sabe sobre a empresa, o negócio, a sua cultura e as suas prioridades. Qualquer empregador gostará de perceber que investiu tempo a conhecer o seu negócio, a analisá-lo e interpretá-lo ao ponto de poder responder com clareza onde é que a sua integração se traduziria numa vantagem para a empresa. Afinal, é disso que trata a questão.

?Neste processo deve, contudo, ter alguns cuidados na delimitação da informação que pode focar e naquela onde não deve entrar numa primeira entrevista. Foque-se essencialmente em questões ligadas à cultura organizacional, ao sector de atuação da empresa (os seus produtos, serviços e o que o cativa neles), a filosofia e a missão que acompanha a empresa e as oportunidades de formação e crescimento profissional que oferece. Abordar questões como as práticas salariais, comissões ou férias pode levar o recrutador a pensar que está mais interessado na componente financeira do que no negócio em si. Deixe este aspetos para uma segunda conversa ou para o momento em que negociar a sua integração.



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