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IBM aposta na formação

A multinacional quer revolucionar o mundo académico
30.11.2006


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Marisa Antunes
A multinacional IBM quer dar um contributo significativo para o mundo académico e também profissional ao introduzir um novo conceito que tem sido relegado para segundo plano nas universidades portuguesas. Partindo da constatação de que a área dos serviços representa 70% da actividade do país, mas que a formação dos recém-licenciados não abrange um conhecimento transversal quer ao nível do negócio, do próprio mercado e das tecnologias de informação, a IBM resolveu lançar-se na discussão sobre a necessidade de criação de uma nova área curricular: a Ciência de Serviços, Gestão e Engenharia.

“A IBM e outras empresas na área das tecnologias de informação querem apoiar — e já o começaram a fazer —, um pouco por todo o mundo, a criação junto das universidades de uma nova linha de formação. O que tem acontecido até agora, é que são as empresas a formar os seus profissionais em valências multidisciplinares”, sublinhou Luís Barata, director dos sectores de comunicação, distribuição e público da IBM Portugal. Para tentar inverter este cenário e estimular o diálogo, a multinacional realizou, na semana passada, uma conferência internacional, em Lisboa, onde estiveram presentes várias individualidades do meio académico e empresarial.

Os oradores internacionais lembraram ser esta uma área-chave do século XXI, juntamente com a globalização e a questão das acessibilidades. O modelo curricular debatido assenta, então, numa associação das ciências de computação, investigação operacional, engenharia industrial, estratégia empresarial, ciências de gestão, direito, ciências sociais e cognitivas.

Samuel Palmisano, administrador-executivo da IBM Corporation esteve também presente na conferência, a provar o empenho da multinacional nesta questão. Depois de ter estado em Portugal, Palmisano partiu para a China, onde assinou um protocolo com o governo chinês, visando o apoio no desenvolvimento curricular em SSME (Service, Science, Management e Engineering). Nos Estados Unidos, foi mesmo criado em Almaden, um laboratório de investigação exclusivamente dedicado a este tema. “A IBM apoia as universidades em todos os sentidos, com informação, ideias para o desenvolvimento curricular e projectos de investigação”, pormenoriza ainda Luís Barata.

A Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto é uma das instituições nacionais que já está a ponderar a criação de um mestrado neste domínio. A aposta forte nesta área, que se iniciou há cerca de dois anos, já está a dar frutos: a abordagem multidisciplinar da ciência dos serviços, encontra-se em prática em várias universidades do mundo, em mais de 2000 cursos, para uma audiência de mais de 280 mil estudantes.





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