Quem sãos os jovens que nos últimos anos saíram de Portugal para trabalhar noutras geografias? Quais as suas qualificações? O que motivou a sua saída? Poderão fazer em Portugal aquilo que fazem no estrangeiro? Em que condições? Estas são algumas das questões a que o programa “Empreender 2020 – Regresso de uma geração preparada”, lançado esta semana pela Fundação Associação Empresarial de Portugal (AEP), procurará responder. A partir deste estudo, o objetivo do programa é definir estratégias para que a “geração preparada” não seja uma “geração perdida para o país”. Por outras palavras, a meta é “ajudar a criar condições para o regresso dos jovens que abandonaram o país à procura de emprego e promover o empreendedorismo”, explica Paulo Nunes de Almeida, presidente da Fundação AEP.
Um projeto de interesse nacional, é como Paulo Nunes de Almeida resume a iniciativa agora apresentada pela fundação a que preside. “Este projeto vai, em primeiro lugar, estudar qual a verdadeira situação dos jovens qualificados que emigraram. Fala-se muito e todos nós temos alguma sensibilidade, por amigos, por familiares, que sabemos onde estão, o que é que fazem, mas no fundo isso é uma pequena parte de uma floresta que tem que ser estudada", explica o presidente da Fundação AEP.
Essa será parte da missão do projeto agora lançado. A outra parte é, garante Paulo Nunes de Almeida, “sensibilizar a opinião pública para a necessidade de agir para estancar a saída de jovens qualificados e criar condições para o empreendedorismo”, promovendo o seu regresso e empregabilidade em solo nacional. O presidente reconhece que nos últimos anos “houve um fluxo grande de jovens que emigraram”, mas chama a atenção para o facto de, “ao contrário do que às vezes as pessoas querem deixar passar, nem todos os jovens emigraram por uma questão de necessidade. Muitos emigraram por opção”. Compreender a motivação real desta opção torna-se por isso fundamental para estancar a saída de talentos qualificados de Portugal.
“De alguma forma, este projeto quer criar condições para que os jovens que emigraram, que adicionaram competências àquelas que o país lhes deu, criaram mundos e redes, possam ser importantes em Portugal para dinamizar novos projetos", adianta Paulo Nunes de Almeida. O responsável diz acreditar que a Fundação AEP “está muito bem posicionada para apoiar os jovens que pretendam regressar a Portugal, com informação, apoio técnico, informação sobre o sistema de incentivos e através da rede colaborativa que tem com as autarquias do país”.