Os bons velhos tempos das novas tecnologias
As novas tecnologias já não são
o que eram. Promissoras e ousadas, desafiaram a velha economia e impuseram-se
como o modelo do futuro. Criaram milhares de novos postos de trabalho
mas, pouco tempo depois, criaram milhares de desempregados. Com a queda
das dot com, acompanhada como não podia deixar de ser pela queda
do Nasdaq, a questão que se coloca é simples: e agora?
E agora os EUA, que assumiram o papel de liderança em termos das
novas tecnologias e da nova economia, estão oficialmente em recessão.
E os analistas, os mais optimistas, não prevêem uma retoma
antes do segundo semestre de 2002.
A chamada crise das dot com ou, se quisermos generalizar, da Internet
começou em meados do ano passado, mais especificamente em Abril.
Com efeito, foi em Abril de 2000 que começaram os despedimentos
em massa nesta área, com projectos de milhões de dólares
a irem por água abaixo. E não se pense que Portugal foi
excepção. Não o foi. Os primeiros e-desempregados
portugueses começaram a aparecer nos finais do ano passado.
Mas o mais curioso nestes novos desempregados é
que eles eram yuppies, milionários - ou embriões de milionários
- e altamente qualificados. Os despedimentos foram de tal ordem que este
ano foi necessário um golpe de sorte para se conseguir entrar em
qualquer pós-graduação, mestrado ou MBA. E aqui está
outra faceta curiosa destes novos desempregados. Uma vez "no olho
da rua", não perdem tempo em investir ainda mais nas suas
qualificações.
Outro aspecto a referir é que muitos deles deitaram
mãos à obra e criaram pequenas e médias empresas,
algumas delas com projectos bem interessantes, mostrando assim, em primeiro
lugar, que é possível encarar o desemprego com optimismo
e espírito empreendedor e, em segundo lugar, que mantém
a sua crença quase inabalável na multimédia e nas
já não tão novas como isso "novas tecnologias".
E esta crença, pelo menos para já, tem
todos os motivos para continuar inabalável. Já a entrarem
na meia idade - sim, porque em termos de tecnologias o tempo passa a voar
- a Internet, a multimédia e toda a panóplia tecnológica
que conheceu um avanço gigantesco nos últimos anos - e um
alcance significativo em termos da população em geral -
marca apenas o início de uma nova era, promissora, sem dúvida,
e capaz de criar cada vez mais postos de trabalho.
Surpreendentemente, quase que apetece olhar para trás
na história e sorrir perante os medos primitivos de que as máquinas
iam substituir a força de trabalho humana. Curiosamente, são
precisamente as máquinas - nas mais variadas formas e áreas
de actividade - que agora constituem uma das principais áreas empregadoras.
E depois desta primeira crise, os bons velhos tempos
acabarão por regressar.
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