Faça Yôga antes que você precise
ANTÓNIO PEREIRA *
Numa sociedade em constante mudança, em
que cada vez mais nos é exigido uma grande capacidade de adaptação
às situações, às pessoas e a tudo o que faz
parte da nossa vida, exigindo uma maior capacidade de gestão pessoal,
torna-se fundamental estar em plena forma física, emocional e mental.
Por isso é extremamente importante a adopção de um
estilo de vida saudável, em que entre a prática de um exercício
corporal e mental inteligente, uma alimentação adequada
e uma forma de estar na vida mais positiva. Esse método, por todos
esses motivos e outros mais é o Yoga. Então, faça
Yôga antes que você precise.
O Yôga é uma filosofia de vida, uma filosofia prática
baseada exclusivamente em técnicas que nos ensinam, por exemplo,
como respirar melhor, como relaxar, como nos concentrarmos e como trabalhar
os músculos, articulações, nervos, glândulas
endócrinas, orgãos internos, etc. através de exercícios
físicos extremamente bonitos, fortes, mas que respeitam o ritmo
biológico do praticante.
O Yôga, nas suas etapas iniciais, fornece um aumento de saúde
para que o indivíduo suporte o empurrão evolutivo que ocorrerá
durante a jornada e, simultaneamente, proporciona o tempo necessário,
ao ampliar a expectativa de vida, de modo a que o praticante consiga em
vida, atingir a meta do Yôga - o samádhi (um estado de consciência
de megalucidez).
O Yôga teve a sua origem há mais de 5000 anos, na antiga
Índia, mais propriamente na região do Vale do Indo, onde
habitava o povo drávida. O fundador do Yôga foi um homem
que posteriormente ingressou na mitologia com o nome de Shiva e com o
título de Nataraja, Rei dos Bailarinos.
O Yôga foi produto de uma civilização não guerreira,
naturalista e matriarcal. O Yôga original, o mais antigo e completo
caracterizava-se por ser fortemente naturalista, isto é não-místico,
sensorial e desrepressor.
A partir de mais ou menos 1500 a.C. a Índia foi invadida pelos
aryas ou arianos, povo guerreiro, místico e patriarcal que passou
a dominar a Índia e influenciou toda a sua cultura e costumes.
Desde esse momento, o Yôga passou a sofrer sucessivas deturpações
que o tornaram místico, repressor e anti-sensorial.
No séc.XX o Yôga foi ocidentalizado e mais uma vez deturpado,
tornando-o utilitário, consumista, feio, algo amorfo e maçador.
Por isso, a maioria das pessoas pensa que o Yôga é algo parado,
a ponto de requerer paciência ou, algo supostamente indicado para
a terceira idade.
Porém, o Yôga legítimo é lindo de se assistir,
é fascinante de se praticar e é excelente como filosofia
de vida. É dinâmico, é forte, é para gente
jovem biologicamente. É sensorial, desrepressor e fortemente naturalista
(não-místico).
Em todos os textos antigos o Yôga é associado aos conceitos
de poder, força, energia e dinamismo. Yôga é uma palavra
masculina que significa união, integridade, integração.
O Yôga é uma filosofia de vida, uma filosofia prática
que tem como meta o autoconhecimento.
A melhor definição técnica do Yôga é
a seguinte:
"Yôga é qualquer metodologia estritamente prática
que conduza ao samádhi."
( Mestre DeRose, livro "Faça Yôga Antes Que Você
Precise", Ed. Universidade Internacional de Yôga)
O samádhi é a meta do Yôga. O samádhi é
o estado de hiper-consciência, de megalucidez, que só pode
ser desenvolvido pelo Yôga. É um estado de consciência
que se encontra além da meditação.
De todos os tipos de Yôga existe um que é especial por ser
o mais completo, o mais forte, antigo, bonito e fascinante. Produz efeitos
rápidos e duradouros como nenhum outro. É o Yôga mais
antigo, do periodo pré-clássico, de nome arcaico Dakshinacharatantrika-Niríshwarasámkhya
Yôga. É o próprio Yôga original, naturalista
(não-místico), sensorial e despressor.
No séc. XX, esse Yôga, pré-clássico, pré-ariano,
proto-histórico, após a sistematização efectuada
pelo Mestre De Rose, passou a ser designado por Swásthya Yôga
(Yôga da auto-suficiência).
O Swásthya Yôga contém os elementos que fundamentam
as outras modalidades de Yôga. Não existe, nenhum outro tipo
de Yôga tão completo.
O Swásthya Yôga tem raízes sámkhyas (naturalistas).
Por isso é um Yôga extremamente técnico, dinâmico
e que não admite misticismo, agrada mais às pessoas dinâmicas,
realizadoras e de raciocínio lógico.
É um Yôga tântrico, isto significa que é sensorial
e desrepressor. Desrepressor significa que não proibe nada e ainda
contribui para desreprimir. Orienta, mas não reprime. Sensorial
significa que respeita e valoriza o corpo, a sua beleza, a sua saúde,
os seus sentidos e o seu prazer. Esse respeito pela liberdade do praticante
tem sido uma das mais cativantes características do nosso tipo
de Yôga.
O Swásthya Yôga executa os exercícios sincronizados
harmoniosamente, os quais, brotam uns dos outros mediante passagens, que
permitem a existência de verdadeiras coreografias de técnicas
corporais, as quais nenhum outro tipo de Yôga possui.
Finalmente, o Swásthya Yôga é o único Yôga
no mundo que possui regras gerais, ou seja, é o único que
oferece auto-suficiência ao praticante.
Swásthya é um termo sânscrito que significa auto-suficiência,
saúde física e mental, bem estar, conforto, satisfação.
O Swásthya Yôga foi codificado, no séc. XX, pelo Mestre
DeRose, e é o nome da sistematização do Yôga
mais completo do mundo, Yôga Ultra-Integral, baseado em raízes
muito antigas (Dakshinacharatantrika-Niríshwarasámkhya Yôga).
O Swásthya Yôga é estritamente técnico, naturalista,
sensorial e desrepressor. Isto significa que abomina o misticismo e louva
o culto do bem estar e da liberdade. Desse modo, é estimulada a
descontracção, a alegria, a sexualidade sadia, a prosperidade,
o sucesso sócioeconómico.
São três as características
principais do Swásthya Yôga:
1) ASHTANGA SÁDHANA
A sua característica principal é a prática integrada
em oito módulos de técnicas:
1) mudrá (gesto reflexológico feito
com as mãos);
2) púja (retribuição de energia);
3) mantra (vocalização de sons e
ultra-sons);
4) pránáyáma (domínio
da bioenergia através de exercícios respiratórios);
5) kriyá (actividade de purificação
das mucosas);
6) ásana (posição física
estável e confortável);
7) yôganidrá (técnica de descontracção);
8) samyama (concentração, meditação
e outros estados mais profundos).
2) REGRAS GERAIS DE EXECUÇÃO
Uma das maiores contribuições da sistematização
feita pelo Mestre De Rose, foi o advento das regras gerais, que não
se encontram em nenhum outro tipo de Yôga. No Swásthya Yôga
as regras gerais simplificam a aprendizagem e aceleram o progresso do
praticante.
3) SEQUÊNCIAS COREOGRÁFICA
Esta é uma característica importante que resgata o conceito
primitivo de treino, que consiste em execuções mais naturais,
sem repetições, com passagens que estabelecem ligações
entre os exercícios, permitindo melhor fluidez, numa sequência
semelhante a uma coreografia.
Assim se explica a fama que o Swásthya Yôga tem, de produzir
rápidamente uma espantosa flexibilidade, um excelente fortalecimento
muscular, um aumento da vitalidade e uma melhor administração
do stress.
Além desses efeitos, a prática do Swásthya Yôga
regulariza o peso, melhora a irrigação cerebral, a consciência
corporal, a coordenação motora, o alongamento muscular,
a higiene interna das mucosas, fricciona plexos, glândulas e orgãos,
aumenta a energia vital, a capacidade pulmonar, melhora o controle das
emoções, permite o contacto do consciente com o inconsciente,
equilibra os impulsos de introversão/extroversão, melhora
a concentração e proporciona a megalucidez e o autoconhecimento.
Estes efeitos e muitos outros, são simples consequências
da prática de exercícios. Ocorrem como resultado natural
de nos encontrarmos a exercitar uma filosofia de vida saudável.
O Swásthya Yôga destina-se a pessoas jovens, de ambos os
sexos, dos 15 anos em diante, que pretendam melhorar a sua forma física
e mental visando um maior bem estar, auto-aperfeiçoamento e autoconhecimento
Para iniciar a sua prática de Yôga procure um instrutor ou
professor formado pela Universidade Internacional de Yôga, entidade
representada em Portugal pelas Unidades da REDE DeROSE.
Hoje os iniciantes ao frequentarem o Curso Básico de Yôga,
da Universidade Internacional de Yôga, tem acesso às matérias
que antes eram destinadas exclusivamente aos futuros instrutores.
* Discípulo directo do Mestre DeRose, há mais de 20 anos;
Prof. de Swásthya Yôga formado pela Universidade Internacional
de Yôga;
Director-Geral da Unidade António Pereira, da REDE DeROSE;
Director da Universidade Internacional de Yôga;
Presidente da Associação Profissional de Professores e Instrutores
de Yôga de Lisboa.
Tel.: 21 846 39 74