Carreiras

Expresso Emprego - Barómetro RH - Amândio da Fonseca



01.01.2000



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Amândio da Fonseca
Administrador do Grupo EGOR



As profundas alterações do mercado de emprego provocaram, nos últimos anos, a emergência de vastas camadas de trabalhadores, lançados no vazio do desemprego, como consequência da desaparição de sectores produtivos utilizadores de mão-de-obra intensiva e pouco qualificada que proliferaram no país.


O drama da situação reside no facto de estes desempregados serem dificilmente reconvertíveis nos mercados de trabalho da economia moderna. São trabalhadores que, por motivos de idade e/ou por ausência de qualificação profissional, se defrontam com problemas insolúveis de regresso à vida activa por não reunirem as habilitações necessárias para aceder às profissões que o mercado foi criando numa conjuntura economicista orientada pela globalização das necessidades e dos produtos.

O recurso à reconversão profissional orientada para os saberes tradicionais pode constituir uma das reduzidas soluções para minimizar o desespero de carreiras interrompidas por motivos que estes trabalhadores não compreendem e de que não foram responsáveis.

Mobilizar estes seres humanos para uma vida profissional com novas oportunidades constitui um imperativo social orientado por uma visão revivalista das antigas profissões que começam a ganhar viabilidade, despertas pelo cansaço de uma civilização que nos agride e na qual os velhos saberes estão a readquirir uma nova dignidade.

Estamos a assistir a isto no despertar da agricultura biológica, no retorno à valorização do singular, na recuperação dos sabores naturais, no modismo do ambiente, na redescoberta de antigas profissões em vias de esquecimento e no regresso, que muitos já estão a fazer, à simplicidade das coisas naturais.

As tentativas são ainda tímidas, surgem esparsas e aparentemente desconexas, mas os sinais estão aí na descoberta do microcrédito, na valorização do empreendorismo e da importância da iniciativa individual, nos programas que estão a ser conduzidos por algumas autarquias de divulgação e aprendizagem das artes e dos saberes tradicionais mas são talvez o gato de que estas pessoas necessitam.






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