No final de 2022 realizámos um estudo junto dos nossos candidatos: “Quais as suas resoluções profissionais para 2023?” Entre planos e desejos, foi-nos revelado que 73% dos inquiridos começaram o novo ano com otimismo, apesar dos desafios. Aumento de salário, equilíbrio entre vida profissional e pessoal, reconhecimento, transparência e possibilidade de formação e progressão na carreira foram alguns dos aspetos mais apontados.
Resultados em linha com o que temos observado no mercado de trabalho e que marcam a tónica para as principais tendências de 2023 na gestão de talento. Destaco a crescente importância do employer branding e o foco na experiência do colaborador, a preocupação com a remuneração num cenário de inflação, a exigência de uma liderança ética, transparente e baseada na inclusão, o reconhecimento da contribuição do colaborador e proteção da sua saúde e bem-estar e, por fim, a consolidação da relevância das soft skills num mundo corporativo cada vez mais fluido e centrado na inteligência emocional.
Depois de uma pandemia global, da ascensão do teletrabalho e de outras mudanças na forma como trabalhamos, a maneira como os profissionais encaram o emprego mudou. Têm sido sugeridas muitas denominações sonantes para descrever uma certa turbulência no mercado laboral: a “grande resignação”, a “grande renúncia”… No entanto, preferimos o termo “a grande reflexão”, que capta a ideia de que muitos profissionais qualificados estão a reconsiderar as suas carreiras, mesmo que ainda não tenham agido com base nessas considerações.
Estes e outros fatores alteraram fortemente o panorama do mercado de trabalho. Em muitas áreas, a procura por talentos qualificados continua a superar a oferta, embora surjam no horizonte indícios de que a situação poderá reverter a médio prazo. O que trará consigo, claro, desafios de outra natureza.
Perante um cenário de desafios e incertezas, mas também de oportunidades e inovação, a questão fundamental é: está preparado para competir pela atração e retenção do melhor talento? Porque com todas as mudanças há uma certeza que se mantém — ele é, e continuará a ser, o mais valioso recurso de qualquer empresa.