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Programa nacional de reconversão de bancários a caminho da Europa

Programa nacional de reconversão de bancários a caminho da Europa

O Sindicato Nacional dos Quadros e Técnicos Bancários (SNTQB) uniu-se à Nova School of Business and Economics (Nova SBE) para lançar um programa pioneiro de reconversão dos profissionais do sector bancário. O “Careers in Transition”  é, por agora, apenas nacional mas Paulo Marcos, presidente do sindicato, quer alargá-lo à escala europeia. 

26.11.2016 | Por Catia Mateus


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Nos últimos anos, a banca portuguesa tem vindo a reduzir efetivos a uma média de dois mil profissionais por ano. Em 2016, segundo o presidente do Sindicato Nacional dos Quadros e Técnicos Bancários (SNTQB), Paulo Marcos, o número deverá ser superior e abranger três mil profissionais. Homens e mulheres que se viram empurrados para fora da carreira bancária, face às dificuldades que enfrenta o sector. Um cenário que não é apenas nacional. França, avança o líder sindical, “deverá perder este ano 30 mil postos de trabalho neste sector”. Para apoiar os profissionais portugueses na sua reintegração no mercado de trabalho, o SNTQB criou o “Careers in Transition”, um programa desenhado em parceria com a Nova School of Business and Economics (Nova SBE), que visa a requalificação dos profissionais que o sector colocou em situação de desemprego, habilitando-os para o exercício de novas carreiras noutras áreas ou para a criação do seu próprio negocio.

O programa, pioneiro à escala ibérica, é para já apenas nacional. Mas Paulo Marcos já o apresentou a alguns parceiros europeus e espera que esta causa se torne “um projeto comum na Europa”. A primeira edição do “Careers in Transition” tem arranque previsto para 10 de fevereiro de 2017 e recebe candidaturas até 20 de janeiro do próximo ano. Há 20 vagas disponíveis, num curso que segundo o presidente do SNTQB “terá edições sucessivas e percorrerá várias cidades nacionais procurando alcançar o maior número de profissionais possível”. E é sobretudo aos profissionais entre os 45 e os 50 anos, aqueles que mais têm sentido o impacto da redução de efetivos no sector bancário e que registam maiores dificuldades de reintegração no mercado de trabalho, que se destina o curso.

Na essência, “o programa vai apoiar e formar quadros que se encontram motivados para adquirir ferramentas e competências que lhes permitam abraçar diferentes desafios profissionais”, explica o presidente. A formação, com uma duração de dois meses, está sustentada em cinco blocos: “Contabilidade e Finanças – Refresh”; “Os Comportamentos, a Mudança, o Eu e os Outros”; “O Empreendedorismos e Intrapreendedorismo”; “Portugal 2020” e “O Futuro Digital”. Em paralelo, o programa do curso - que reúne entre o corpo docente nomes como Arménio Rego, João Kuchembuck, Jorge Velosa, José Crespo de Carvalho, Miguel Pina e Cunha, Richard Fleming e outros – integra também dois eventos de networking que, segundo Paulo Marcos, “contarão com a presença de antigos alunos da Nova BSE que passaram pela experiência de mudança profissional”.

O projeto que sustenta o “Careers in Transition” foi, segundo o presidente, desenhado com o apoio da Nova SBE e tendo como modelo as melhores práticas mundiais de reconversão profissional e os métodos de ensino de escolas de gestão de excelência, “adaptados à realidade nacional e ao sector bancário”. O presidente do SNTQB relembra que “Portugal tem a segunda maior taxa de desemprego estrutural da OCDE na faixa etária dos 45 aos 50 anos” e reforça que é urgente mitigar este problema, ainda que ele não seja um exclusivo nacional.

Paulo Marcos tem estado a reunir com potenciais parceiros deste projeto e associações congéneres na Europa de modo a replicar o modelo noutras geografias do velho continente. O SNTQB é também proponente de um projeto apresentado às autoridades europeias que visa a criação de um programa de reconversão para profissionais do sector bancário. O líder sindical garante que a proposta tem reunido o interesse internacional e diz acreditar que “em 2017 talvez já se possa ter um programa europeu e fundos próprios para a requalificação destes profissionais”.



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