Carreiras

Histórias de sucesso



01.01.2000



  PARTILHAR




Sorrir com alegria para conquistar

A alegria é o valor da Jazztel e, Isabel Viegas - directora de RH - "veste a camisola". Fala entre sorrisos, com emoção e com gosto pelo que faz. Diz que tem facilidade em comunicar e isso é perceptível, durante a nossa conversa. Acima de tudo, nota-se que se preocupa com as pessoas, o que é essencial para se ser um bom RH.

Como é que tudo começou?
Eu tenho um percurso profissional, se calhar, um bocadinho divergente relativamente às pessoas que trabalham em recursos humanos. Eu licenciei-me em Psicologia e, na altura, com os meus 22 anos, fui trabalhar para um centro de educação especial com crianças deficientes.
Depois aquelas crianças foram crescendo e, quando já eram jovens, percebeu-se que precisavam de outras respostas que não estarem sentados numa cadeira a aprender a ler e a escrever. Então comecei a "mexer-me" e a procurar outras soluções. Acabei por abrir dois centros de formação profissional para jovens deficientes.
Isto trouxe-me o "bichinho" pela gestão das pessoas porque tive de recrutar os formadores, ver as logísticas, métodos de avaliação e formação, etc. Tudo isso acabou por me dar um gostinho por esta gestão e pela gestão das equipas. Nessa altura, fiz uma pós-graduação já em Gestão de Recursos Humanos.

Esse gosto foi crescendo até se tornar directora de Recursos Humanos da Jazztel...
Exacto. Não sei se as carreiras se fazem um bocadinho por sorte, por estarmos no sítio certo à hora certa. Naquela altura dos centros, fiz muita dinamização e muitas acções. Num daqueles eventos, organizados pelos centros de formação profissional que eu dirigia, houve uma pessoa que me perguntou se eu não gostava de fazer o que fazia ali, mas dentro de uma empresa. Na altura, achei que a minha carreira até ali tinha sido feita no sector da educação, mas achei que devia experimentar.

E pode dizer-se que foi positiva?
Foi. Entrei para a Marconi que, na altura, estava a fazer um processo de recomposição dos seus próprios recursos humanos. Estava a reformar pessoas e a recrutar jovens. O que eles precisavam era de alguém que trabalhasse esta camada jovem que estava a entrar e que lhes encontrassem meios de se sentirem muito bem na empresa.
No fundo, foi isto que agarrei e estive na Marconi durante dez anos. Aí sim, aprendi muito; estava mesmo na área dos recursos humanos e tive de aprender.

Até agora, acha que esse foi o seu maior desafio profissional?
Diria que, talvez, a Marconi tenha sido a minha escola. Houve duas coisas que me marcaram. Primeiro, esta minha ascendência ligada a projectos de fazer com que as coisas aconteçam. Isto deu-me uma dinâmica e uma visão de que gerir pessoas e gerir equipas não é administrativo - não é estar sentada numa cadeira.
Isso qualquer pessoa faz. É muito mais do que isso. É pôr as pessoas satisfeitas e isso é de uma complexidade imensa. Eu acho que esta minha ascendência me ajudou muito a perceber as pessoas. Sei que uma sorri com cinco escudos e outra, até com, quinhentos mil escudos se mantém ténue.
A Marconi foi um desafio porque o que me foi exigido não foi para dar continuidade ao trabalho que estava a ser feito, mas para fazer uma "reviravolta". Lembro-me de me dizerem, quando entrei, que a Marconi era uma empresa que estava "sentada" e era preciso dar a volta a isso. Este foi um desafio.

E houve outros?
Sim. Por exemplo, a minha passagem pelo ISCTE. Quando estava na Marconi, a dada altura, achei que devia ir complementar a minha formação. Já tinha a tal pós-graduação, mas queria aprender mais e saber o que diziam agora os professores sobre as organizações. Voltei para escola e fiz um mestrado em Políticas e Gestão de Recursos Humanos. Isto funcionou quase como um "solavanco" porque tudo o que eu tinha aprendido antes já estava ultrapassado.

E quando surge a Jazztel?
A Jazztel surge numa fase em que a Marconi teve de "parar" a sua dinâmica por causa do processo de integração na Portugal Telecom (PT). Era preciso que a Marconi "parasse" para que a PT subisse.
A Jazztel surgiu num dia em estava na Marconi e o telefone tocou. Do outro lado era um espanhol que me dizia que iam montar uma empresa em Portugal e queriam que fosse eu a constituir a equipa, colocar de pé uma cultura da empresa e manter motivada e interessada a equipa à volta desse projecto. Na altura, achei muito estranho, mas acabei por aceitar em conversar com ele. Essa conversa foi quase como um acordar outra vez para a dinamização e animação de uma empresa.
Fui conhecer a Jazztel em Madrid e senti-me realmente muito bem e muito acarinhada. E pediram-me para fazer uma coisa assim em Portugal. Percebi que ia ter uma margem de manobra forte, mas também uma enorme responsabilidade. E pronto, acabei por aceitar.

Tem alguma estratégia pessoal para gerir as pessoas?
Eu acho que acredito nas coisas e transmito muito essa crença relativamente às coisas. Noto muito na minha equipa quando alguém está mais cansado ou desanimado eu "puxo" por essa pessoa e, talvez, seja essa a minha estratégia.
Depois, tenho uma facilidade de comunicação grande e noto que quando faço formação que as pessoas estão a olhar para mim e não dormem. Tenho essa comunicação, também, com toda a empresa. Através de um email eu estou sempre em contacto com todos a apoiá-los, dar-lhes os parabéns ou a dizer o que está errado.
Sou, ainda, uma pessoa muito simples a fazer as coisas - acho que as organizações percebem a simplicidade. Tenho de perceber qual é a mais-valia que os recursos humanos podem trazer à organização e traduzir isto em simplicidade.
Além disso, também ajuda o valor da Jazztel - a alegria. Este foi o primeiro valor que nós descrevemos, um dia, quando nos sentámos todos juntos.

Perspectivas para o futuro?
Gostava de continuar a colaborar com a Jazztel e depois, a partir dos 45 anos, gostava de abrandar. É um ritmo muito interessante e gratificante, mas também é violento e cansativo. O meu sonho é, um dia, dar aulas na universidade e construir com uma das minhas filhas um colégio.

TP






DEIXE O SEU COMENTÁRIO





ÚLTIMOS EMPREGOS